Furacão Beryl deixou rastro de destruição no CaribeAFP
O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos espera que Beryl se "enfraqueça" ao chegar na quarta-feira perto da costa da Jamaica, mas alertou que atingirá a ilha com ventos potencialmente fatais, ondas ciclônicas, chuvas e inundações repentinas.
Segundo o NHC, há um aviso de furacão para a Jamaica, que está se preparando com abrigos de emergência em Montego Bay e instalações seguras em Kingston, conforme relatado pelo jornal Jamaica Gleaner.
"Insto todos os jamaicanos a se abastecerem com alimentos, baterias, velas e água. Protejam seus documentos importantes e removam qualquer árvore ou objeto que possa colocar em perigo sua propriedade", pediu o primeiro-ministro Andrew Holness na rede social X.
Também foram emitidos avisos de furacão nas Ilhas Cayman e na República Dominicana, com alerta vermelho para as províncias de Barahona e Pedernales.
O NHC também previu ondas ciclônicas ao longo das costas sul de Porto Rico e da ilha Hispaniola, onde estão República Dominicana e Haiti.
Depois de perder um pouco de intensidade no fim de semana, Beryl se fortaleceu novamente na segunda-feira, alcançando a máxima categoria da escala Saffir-Simpson ao atingir a ilha de Carriacou, em Granada, que tem 9 mil habitantes.
"Em meia hora, Carriacou foi devastada", disse o primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell. "Praticamente não temos comunicação com Carriacou há 12 horas", acrescentou.
Em estado de emergência, Carriacou teve suas telecomunicações e eletricidade cortadas, com casas e postos de combustível destruídos. Duas pessoas morreram lá e uma terceira na ilha principal de Granada, quando uma árvore caiu sobre uma casa.
Uma reunião do bloco regional do Caribe Caricom prevista para esta semana em Granada foi adiada.
Outro homem morreu no nordeste da Venezuela, no estado de Sucre, devido ao transbordamento de um rio.
As Ilhas de São Vicente e Granadinas também sofreram com "ventos catastróficos e ondas ciclônicas potencialmente fatais", causando estragos, devastação e pelo menos uma morte, segundo o primeiro-ministro Ralph Gonsalves, que alertou que "pode haver mais vítimas".
O NHC instou as Ilhas Cayman e várias áreas da península de Yucatán e do Golfo do México a tomarem medidas extremas diante da aproximação do furacão Beryl.
Barbados, a mais oriental das Ilhas de Barlovento, escapou do pior, registrando apenas fortes ventos e chuvas torrenciais. Houve casas inundadas e barcos de pesca danificados em Bridgetown, mas não foram relatados feridos.
Na ilha francesa de Martinica, há um alerta de tempestade tropical e cerca de 10 mil lares ficaram sem eletricidade em diferentes áreas.
Os cientistas destacam que é incomum que um ciclone tão poderoso seja formado de maneira tão precoce na temporada.
"Apenas cinco grandes furacões [categoria 3+] foram registrados no Atlântico antes da primeira semana de julho", escreveu na rede X o especialista em furacões Michael Lowry.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos também prevê uma temporada extraordinária, com a possibilidade de entre quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais.
"Está claro que a crise climática está elevando os desastres naturais a novos níveis recordes de destruição", considerou o Secretário Executivo do Fundo das Nações Unidas para a Mudança Climática (UNFCC), Simon Stiell.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação com a região e, através de uma mensagem na rede social X, disse que a entidade "está pronta para apoiar as autoridades nacionais em qualquer necessidade sanitária".
Fenômenos meteorológicos extremos, incluindo furacões, têm se tornado mais frequentes e devastadores nos últimos anos, como resultado das mudanças climáticas.
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