Presidente ultraliberal Javier Milei se apresenta como um aliado próximo do Estado de IsraelAFP
“O grupo Hamas foi declarado pelo Estado argentino como uma organização terrorista internacional”, disse o gabinete do presidente ultraliberal Javier Milei, que se apresenta como um aliado próximo do Estado de Israel, em um comunicado na noite de sexta-feira.
A Presidência argentina argumentou que “o Hamas assumiu a responsabilidade pelas atrocidades cometidas durante o ataque a Israel em 7 de outubro”, no qual 1.195 pessoas, a maioria civis, morreram e 251 foram sequestradas por militantes palestinos, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
“Isso se soma a uma extensa história de ataques terroristas em seu nome”, acrescenta o comunicado, enfatizando que “o presidente Javier Milei tem o compromisso inabalável de reconhecer os terroristas pelo que são”.
Com esta iniciativa, a Argentina, que abriga a maior comunidade judaica da América Latina, alinha-se com a União Europeia, os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido, que também consideram o Hamas uma organização terrorista.
“Este Governo reiterou em múltiplas ocasiões a sua convicção de que a Argentina mais uma vez se alinha com a civilização ocidental, respeitando os direitos individuais e as suas instituições”, indica o comunicado.
Milei e Israel, uma relação próxima
A resposta militar israelense desde aquele dia deixou mais de 38 mil mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Hamas, que governa o território.
Em Israel, Milei também anunciou sua intenção de transferir a embaixada argentina de Tel Aviv para Jerusalém, e foi visto rezando emocionado no Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado do judaísmo.
Na sua declaração, a Presidência argentina também atacou o “vínculo” do Hamas com o Irã.
Em abril, a Justiça do país sul-americano decidiu que o ataque à embaixada de Israel em Buenos Aires em 1992, que deixou 29 mortos, bem como o ataque à associação judaica AMIA dois anos depois, que deixou 85 mortos, foram determinados pelo Irã.
A Argentina emitiu um pedido de prisão internacional do ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, que a República Islâmica chamou de “ilegal”.
“Estes ataques custaram a vida de mais de 100 cidadãos argentinos”, enfatizou o comunicado presidencial.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.