Presidente da Argentina, Javier MileiAFP

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta segunda-feira (29) nas redes sociais que o governo da Venezuela cometeu fraude nas eleições de domingo e desconheceu, através de sua chancelaria, os resultados que deram a vitória a Nicolás Maduro.
"A fraude perpetrada pelo ditador Nicolás Maduro não é nada além de uma vitória de pirro", afirmou Milei em um vídeo do TikTok com menos de um minuto.
O presidente argentino se dirigiu "ao heroico povo venezuelano" e disse: "Vocês vão superar isso, continuem lutando e não baixem os braços".
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina emitiu um comunicado anunciando que "desconhece os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela".
"A proibição e a perseguição de opositores políticos, a violação sistemática dos direitos humanos, a recusa da presença de observadores e imprensa estrangeira, assim como as restrições impostas ao registro no exterior de seus compatriotas para impedi-los de votar, eram claros indícios de que estas eleições não seriam democráticas nem transparentes", afirma o documento.
Na madrugada desta segunda, antes que os resultados oficiais que deram a vitória ao chavismo fossem conhecidos, Milei já havia se manifestado em sua conta, indicando que os venezuelanos haviam escolhido "acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro".
"A Argentina não vai reconhecer outra fraude e espera que as Forças Armadas desta vez defendam a democracia e a vontade popular", destacou.
O chefe da diplomacia venezuelana, Yvan Gil, respondeu a Milei em sua conta, dizendo: "Nazi repugnante, o povo argentino vai te cobrar mais cedo ou mais tarde, nossa vitória esmagadora é um sinal inequívoco de que nossos povos derrotarão o fascismo que (você) promove".
Maduro foi proclamado vencedor das eleições nesta segunda, garantindo um terceiro mandato consecutivo até 2031, em meio a denúncias de fraude pela oposição, que reivindicou a vitória de Edmundo González Urrutia.
Segundo o CNE, Maduro obteve 51,2% dos votos (5,15 milhões) contra 44,2% de seu rival (4,45 milhões), com 80% das urnas apuradas.
Os governos de Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai exigiram nesta segunda uma "revisão completa dos resultados".