Presidente do México, Andrés Manuel López ObradorAFP
Presidente do México recomenda que 'não metam o nariz' na Venezuela
López Obrador reiterou que o seu governo reconhecerá os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral, alinhado ao governo venezuelano
O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, pediu, nesta terça-feira (30), a todos que questionam e até denunciam uma fraude nas eleições que deram a Nicolás Maduro um terceiro mandato consecutivo que "não metam o nariz" na Venezuela.
"Que se revisem as atas, que se contem os votos, mas que não haja desconhecimento a priori e que não metam as mãos nem o nariz aqueles que não agem de verdade, na realidade, de forma democrática", disse o mandatário esquerdista durante sua habitual coletiva de imprensa.
López Obrador reiterou que o seu governo reconhecerá os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo venezuelano, e instou a esperar a contagem final e a "não desqualificar" as eleições "nem de um lado nem do outro".
Obrador criticou também o "intervencionismo" de governos estrangeiros e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que nesta terça denunciou que as eleições de domingo sofreram "a mais aberrante manipulação".
"Os governos de outros países pequenos, médios ou grandes não têm o que fazer? Por que se intrometem nos assuntos de outros países? Por que o intervencionismo? Por que a OEA tem que se intrometer?", questionou López Obrador, sem especificar os países referidos.
O Conselho Permanente da OEA convocou uma reunião extraordinária para a próxima quarta-feira (31) para "abordar os resultados do processo eleitoral", após um pedido, nesse sentido, dos governos da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
"A OEA não tem credibilidade, com que fundamento a OEA sustenta que o outro candidato [Edmundo González] ganhou? Onde estão as provas?", disse o presidente mexicano.
A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, bem como grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia, o Brasil e a Colômbia, questionaram os resultados das votações.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.