Presidente mexicano, Andrés Manuel López ObradorAFP
López Obrador critica 'parcialidade' da OEA e rejeita reunião sobre a Venezuela
Presidente mexicano afirma que o país continuará aguardando provas dos resultados da votação antes de se pronunciar
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, rejeitou participar nesta quarta-feira (31) de uma reunião extraordinária da Organização dos Estados Americanos na qual serão discutidos os resultados do processo eleitoral venezuelano, ao denunciar a "parcialidade" por parte deste organismo internacional.
"Não vamos participar porque não concordamos com a atitude de parcialidade da OEA", disse o mandatário de esquerda durante sua habitual coletiva de imprensa matinal.
López Obrador alegou que sua rejeição se deve a declarações do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que na opinião do presidente mexicano "já havia reconhecido um dos candidatos" antes mesmo de conhecer o resultado final das controversas eleições, as quais deram a vitória ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, apesar das denúncias de fraude da oposição.
"Então, para que vamos a uma reunião dessas? Isso não é sério, não é responsável, isso não ajuda a buscar uma saída pacífica e democrática para um conflito em um país da América Latina", afirmou o presidente mexicano.
Na terça-feira, o gabinete do secretário-geral da OEA denunciou em um comunicado que as eleições presidenciais de domingo sofreram a "manipulação mais aberrante" e fez um apelo para que Maduro aceite "sua derrota eleitoral".
López Obrador insistiu em criticar o "intervencionismo" de governos e veículos de comunicação estrangeiros nos problemas da Venezuela e afirmou que o México continuará aguardando provas dos resultados da votação antes de se pronunciar.
"No caso da Venezuela, o que queremos é que haja provas, que as atas sejam mostradas, que haja transparência (...) E agir com prudência para não nos deixarmos levar pela corrente direitista que influencia o mundo", acrescentou o mandatário.
A proclamação de Maduro como presidente gerou protestos espontâneos no país sul-americano que resultaram em 12 mortos, dezenas de feridos e cerca de 750 detidos, enquanto cresce a pressão internacional por transparência nos resultados.
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