Keir Starmer, primeiro-ministro britânicoHenry Nicholls/AFP
Premier britânico promete condenações rápidas após distúrbios da extrema direita
Keir Starmer promete fortalecer a 'justiça criminal' após os piores tumultos dos últimos 13 anos
O primeiro-ministro britânico, o trabalhista Keir Starmer, prometeu nesta segunda-feira (5) condenações "rápidas" depois da reunião de crise pelos distúrbios de ativistas da extrema direita após o assassinato de três menores.
Starmer convocou o seu gabinete e altos funcionários da polícia, incluindo o chefe da Scotland Yard, Mark Rowley, para discutir como impedir os piores tumultos em 13 anos no Reino Unido, que incluíram ataques a mesquitas e centros para solicitantes de asilo.
O primeiro-ministro prometeu que o Governo vai "fortalecer a justiça criminal" para garantir sanções "rápidas" em um momento em que o país está chocado com as imagens de ataques a abrigos para solicitantes de asilo e mesquitas, saques a lojas e confrontos com a polícia.
A onda de violência eclodiu após um ataque com faca que ceifou a vida de três meninas há uma semana, durante uma festa temática da cantora americana Taylor Swift em Southport, que depois se espalhou por todo o país.
Os distúrbios foram alimentados por falsos rumores e especulações na internet sobre a identidade do suspeito e algumas versões divulgadas por "influenciadores" de extrema direita indicavam que o autor do crime era um solicitante de asilo muçulmano.
A polícia informou que o suspeito é um menino de 17 anos nascido no País de Gales, mas a imprensa britânica informou que seus pais são ruandeses.
Depois de assumir uma posição de rigidez nos últimos dias contra aqueles que descreveu como "bandidos de extrema direita", Starmer reuniu o gabinete de crise na sua residência em Downing Street, em Londres.
Starmer anunciou nesta segunda-feira que será criado um contingente permanente de policiais treinados para serem destacados em caso de novos distúrbios. "Meu objetivo é garantir que acabemos com esses distúrbios", declarou.
Na tarde de domingo, o primeiro-ministro foi à televisão garantir aos manifestantes que eles vão "se arrepender" de terem participado dos tumultos dos últimos dias, direta ou indiretamente, "provocando estas ações na internet".
A violência representa um grande desafio para Starmer – um advogado de direitos humanos e ex-chefe do Ministério Público britânico – eleito há apenas um mês na vitória esmagadora dos Trabalhistas sobre os Conservadores.
Deputados de todo o espectro político instaram-no a convocar o Parlamento, atualmente em férias de verão, incluindo a ex-ministra do Interior ultraconservadora Priti Patel e o líder ultranacionalista do Reform UK, Nigel Farage, conhecido por suas posições anti-imigração.
Desde o ataque com faca da última segunda-feira em Southport, no noroeste de Inglaterra, os distúrbios e confrontos entre polícia, manifestantes e, por vezes, contra-manifestantes antirracistas se multiplicaram em inúmeras cidades britânicas, desde Liverpool, no noroeste, até Bristol, no sudoeste, passando por Leeds e Sunderland, na Inglaterra, ou Belfast, na Irlanda do Norte.
No domingo, estas manifestações, sob o lema "Já é demais" em referência à chegada ao Reino Unido de migrantes que atravessam o Canal da Mancha em embarcações infláveis, levaram a ataques a dois hotéis que abrigam solicitantes de asilo.
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