Nota foi assinada pela líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, e pelo candidato Edmundo GonzalezAFP

A União Europeia (UE) pediu nesta terça-feira, 6, ao governo da Venezuela que pare com "a campanha de intimidação judicial" contra os opositores, depois que o Ministério Público abriu uma investigação penal contra dois líderes da oposição, em meio a denúncias de fraude nas eleições presidenciais.
"Pedimos às autoridades que acabem com esta campanha de intimidação", declarou Peter Stano, porta-voz do chefe da diplomacia europeia Josep Borrell, insistindo que o bloco está "muito preocupado" com a evolução da situação na Venezuela.
Depois das eleições de 28 de julho, marcadas por denúncias de fraude, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado pela oposição de servir ao chavismo, proclamou na semana passada o presidente em exercício, Nicolás Maduro, como presidente reeleito com 52% dos votos ante 43% de González Urrutia.
Os líderes da oposição María Corina Machado e González Urrutia instaram as Forças Armadas, em uma carta na segunda-feira, a ficarem "do lado do povo" e a cessarem a "repressão" dos protestos. González Urrutia assinou esta carta como "presidente eleito".
O MP venezuelano anunciou logo depois a abertura de uma investigação criminal contra Machado e González Urrutia por "incitamento aberto de policiais e militares à desobediência das leis". São acusados, entre outros crimes, de "usurpação de funções" e "incitação à insurreição".
A União Europeia declarou no domingo em um comunicado que os resultados das eleições na Venezuela que deram a vitória a Maduro "não podem ser reconhecidos".
Ao contrário dos Estados Unidos e de outros países, a UE se absteve de reconhecer a vitória do candidato da oposição.