Ganimedes, lua de Júpter, é o maior satélite do Sistema SolarWikimedia Commons

Um recente estudo mostrou que a maior lua de Júpiter, e do Sistema Solar, a Ganimedes, foi atingida por um asteroide 20 vezes maior do que o que atingiu a Terra e causou a extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos. O impacto com o objeto gigante teria, ainda, mudado o eixo do satélite depois da colisão.
De acordo com o artigo de Naoyuki Hirata, professor assistente de planetologia na Universidade de Kobe, no Japão, publicado nesta terça-feira (3) na revista Scientific Reports, a cratera deixada pelo asteroide após o impacto tomou cerca de 25% do tamanho da lua de Júpiter. Pelos cálculos de Hirata, a colisão teria acontecido há cerca de 4 bilhões de anos.
Hirata percebeu que o padrão de sulcos presentes em Ganimedes davam a entender que houve um grande evento de impacto. As equações criadas pelo cientistas mostraram que o asteroide que colidiu com a lua de Júpiter possuía cerca de 300 quilômetros de largura, deixando uma cratera de aproximadamente 1.400 a 1.600 quilômetros de diâmetro.
O impacto foi tão grande que teria alterado a localização do eixo de Ganimedes. Quando o asteroide colidiu com a lua, criou-se uma uma anomalia gravitacional que mudou a rotação do satélite. De acordo com Hirata, o choque poderia ter causado a atual rotação de Ganimedes.
"A massa ejetada do impacto formador de sulcos criou uma grande anomalia de gravidade positiva ao redor do centro do impacto, o que posteriormente levou à reorientação de Ganimedes", afirma o professor no artigo.
Ganimedes é a maior lua do Sistema Solar. O satélite é tão grande que chega a ser maior do que Mercúrio e o planeta anão Plutão. Sob a camada de gelo presente em Ganimedes, cientistas encontraram evidências de que há um imenso oceano de água salgada, dez vezes mais profundo que os da Terra, segundo pesquisas recentes.