O Exército israelense afirmou, nesta terça-feira (10), que é muito provável que suas forças tenham atirado e matado involuntariamente a ativista turco-americana Aysenur Ezgi Eygi, de 26 anos, durante um protesto na Cisjordânia ocupada na semana passada. Eygi pertencia ao Movimento Internacional de Solidariedade (ISM), uma organização pró-palestina, e estava em Beita para participar de uma manifestação semanal contra os assentamentos israelenses.
"Uma investigação descobriu que é muito provável que ela tenha sido indireta e involuntariamente atingida por disparos das FDI [forças de defesa israelenses] que não foram dirigidos a ela, mas ao principal instigador dos tumultos", disse o Exército em um comunicado, referindo-se à morte da mulher.
O presidente americano, Joe Biden, afirmou, nesta terça, que o falecimento da ativista aparentemente foi um acidente. Anteriormente, o seu secretário de Estado, Antony Blinken, a tenha tachado de injustificada e pediu mudanças fundamentais no Exército israelense.
O escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou na sexta-feira, após o ataque, que as forças israelenses mataram Eygi com um tiro na cabeça.
A prefeita de Beita, a agência de notícias oficial palestina Wafa e sua família também relataram que ela foi morta por soldados israelenses. A Turquia condenou seu assassinato, enquanto os Estados Unidos o chamaram de trágico e na segunda-feira pediram uma investigação rápida, completa e transparente.
Antes da declaração desta terça-feira, o Exército israelense havia reconhecido que abriu fogo na área de Beita e disse que estava investigando relatos de que um cidadão estrangeiro foi morto em consequência dos disparos.
O Exército afirmou que suas forças responderam atirando na direção do principal instigador da violência, que havia lançado pedras nos soldados e representava uma ameaça para eles.
O comunicado nesta terça-feira afirma que Eygi morreu durante um violento distúrbio em que dezenas de suspeitos palestinos queimaram pneus e atiraram pedras contra as forças de segurança na passagem de Beita. Afirma ainda que pediu para realizar uma autópsia no corpo da ativista.
No sábado, o ISM classificou as denúncias de que seus ativistas atiraram pedras contra as forças israelenses como "falsas" e disse que a manifestação foi pacífica.
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