Pedro Sánchez e González Urrutia se encontram na EspanhaFernando Calvo/AFP
Presidente da Espanha receberá opositor venezuelano González Urrutia em encontro 'privado'
Político sul-americano está no país europeu para um asilo político
O primeiro-ministro da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, receberá nesta quinta-feira (12) o candidato opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, que chegou a Madri no domingo (8) para pedir asilo político, em um encontro de caráter "privado", informaram fontes próximas ao venezuelano.
Trata-se de uma "recepção de caráter privado", afirmaram as fontes sobre a reunião entre Sánchez e o candidato de oposição à presidência venezuelana, um encontro que acontece em um momento de tensões entre Caracas e Madri após a chegada de González Urrutia à capital espanhola.
Sánchez, cujo governo, seguindo a mesma posição da União Europeia, exige a divulgação das atas de votação das eleições venezuelanas de 28 de julho, mas sem reconhecer a vitória de González Urrutia, anunciou que esperava receber o candidato da oposição após seu retorno de uma viagem à China, o que aconteceu na madrugada desta quinta-feira.
A reunião acontece um dia após o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, propor o rompimento das relações diplomáticas, consulares e comerciais com o país europeu.
Rodríguez reagiu assim a uma proposta aprovada na quarta-feira pelo Congresso espanhol, a pedido da oposição de direita, para solicitar ao governo de Sánchez que reconheça a vitória de González Urrutia na eleição de 28 de julho. A proposta não é vinculante e Sánchez não é obrigado a seguir a medida.
Nicolás Maduro, no poder desde 2013, foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), entre denúncias de fraude da oposição, que afirma que González venceu a eleição.
Diante da possibilidade de ruptura das relações, a porta-voz do governo espanhol, Pilar Alegría, afirmou nesta quinta-feira à imprensa que o país tem "interesse em trabalhar para manter as melhores relações com o povo venezuelano". "A embaixada na Venezuela está trabalhando com absoluta normalidade", acrescentou.
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