Presidente americano desistiu da candidatura à reeleição em julho e deixará o cargo em janeiroAFP
"Decidi que, após 50 anos de serviço público, chegou o momento de que uma nova geração de líderes leve minha nação adiante. Queridos dirigentes, não esqueçamos nunca que há coisas mais importantes do que se manter no poder: o seu povo", declarou o presidente dos Estados Unidos.
"Nunca se esqueçam que estamos aqui para servir ao povo, e não o contrário", ressaltou.
O futuro será de "quem liberar todo o potencial do seu povo (...) Essa é a alma da democracia. Não pertence a nenhum país", afirmou, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
O líder octogenário diz ter visto em sua longa carreira essa luta pela liberdade, a justiça e a dignidade nos homens e mulheres que lutaram contra o apartheid na África do Sul e que derrubaram o muro de Berlim.
Viu-se "esse desejo universal de direitos e liberdade na Venezuela", onde nas eleições de 28 julho passado, foi dado "um voto por uma mudança" que "não se pode negar", afirmou.
Biden tenta que sua forma de ver a política e o mundo não desmoronem se seu antecessor, o republicano Donald Trump, voltar à Casa Branca após as eleições de 5 de novembro, que prometem ser extremamente disputadas.
O presidente americano desistiu da candidatura à reeleição em julho e deixará o cargo em janeiro.
Muitos temem que se Trump derrotar a vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris, a primeira potência mundial dê uma guinada isolacionista e protecionista.
"Quando chegou ao poder, há quase quatro anos, prometeu restaurar a autoridade internacional dos Estados Unidos", afirmou na segunda-feira sua porta-voz, Karine Jean-Pierre.
Desde então, enumerou, relançou as alianças dos Estados Unidos na Ásia, liderou a resposta internacional à invasão da Ucrânia, consolidou a Otan, tentou fazer frente à China...
O diretor de comunicação da Casa Branca, Ben LaBolt, falou do "sprint final" que a administração em fim de mandato precisa fazer até janeiro para estabelecer as bases para o futuro.
A realidade é que durante esta semana em Nova York, Biden, muito orgulhoso de suas habilidades diplomáticas, enfrenta brutalmente os limites de sua influência.
E isso que, desde o atentado do Hamas contra Israel em 7 de outubro, Biden tem insistido em que não desejaria uma extensão do conflito.
Até agora, Harris deu poucos detalhes sobre seus planos para a política externa, mas tudo indica que seguirá as mesmas linhas de Biden.
Trump, por sua vez, prometeu que, se for eleito, aumentará as tarifas alfandegárias dos produtos importantes, particularmente os procedentes da China.
Sua retórica favorável aos hidrocarbonetos gera temores pelo pior nos partidários da cooperação internacional no campo das mudanças climáticas.
No fim de semana passado, Biden tentou acalmar os dirigentes japoneses, australianos e indianos e na quinta-feira receberá o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, preocupado com o futuro do apoio americano ao seu país.
Mas os líderes internacionais estão de olho no futuro e tentam estabelecer laços com Kamala e Trump.
O ex-presidente republicano afirmou que se reunirá com o premiê indiano, Narendra Modi. Zelensky, por sua vez, se encontrará com Kamala Harris na quinta e também quer conversar com ele.
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