Corina liderou uma campanha eleitoral que afirma ter resultado em uma vitória esmagadora de GonzálezJohn Lamparski / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Opositora liderou uma campanha eleitoral que afirma ter resultado em uma vitória esmagadora da oposição, embora a autoridade eleitoral do país tenha proclamado Maduro vencedor.
“Ninguém tem dúvida de que Edmundo González ganhou", disse Maria Corina, de 56 anos, vestindo uma camisa branca. “O regime está absolutamente deslegitimado (...) é um pária em nível internacional. Isto é uma situação insustentável. Maduro tenta transmitir aos apoiadores que lhe restam que isto é estabilizável, que o mundo vai virar a página e que os venezuelanos vão se calar. Isso não vai acontecer. Este sistema é inviável financeiramente, diplomaticamente, e, o mais importante, socialmente."
A situação do antichavismo, no entanto, é precária. González Urrutia exilou-se na Espanha neste mês e María Corina se mantém na clandestinidade, que interrompeu algumas vezes para participar de manifestações.
"É uma mudança enorme e um grande desafio pessoal. Foram muitos meses em contato com milhares de pessoas o tempo todo, ouvindo-as, abraçando-as, beijando-as e, de repente, não ter contato direto há semanas", descreveu a opositora.
Dezenas de líderes da oposição foram detidos, somando-se aos mais de 2.400 presos e acusados de terrorismo por participação em protestos após o anúncio dos resultados.
“O que Maduro tem hoje? Noventa por cento de um país contra ele, 90% de um país que quer mudança. A única coisa que lhe resta é a violência e semear o terror."
María Corina também destacou o apoio recebido dos Estados Unidos, da União Europeia e do G7. “Não se trata apenas de exigir o fim da repressão e o respeito à vontade popular. Diretamente, esses países falam em uma transição para a democracia”.
"Quando Maduro terá incentivos reais para se sentar e negociar uma transição? No dia em que o custo de permanecer no poder for maior do que o custo de deixá-lo. Então, deve-se diminuir o custo de deixar o poder e aumentar o custo de se aferrar a ele, o que é exatamente o que estamos fazendo", continuou a opositora. "É um processo que está em andamento, e ninguém pode dizer quanto tempo vai durar."
Segundo a ONU, cerca de 8 milhões dos 30 milhões de venezuelanos deixaram o país fugindo da crise desde 2014. Em sua campanha, María Corina insistiu no risco de mais 5 milhões de pessoas fugirem se Maduro permanecer no poder.
“Não é que acham que não vai haver uma mudança, mas, talvez, não possam esperar. Quando você está passando fome, não pode matricular seu filho na escola, não pode pagar um remédio, não pode esperar que esses processos se consolidem", comentou a opositora, sem deixar de se mostrar otimista.
Em 10 de janeiro, dia da cerimônia de posse, “Edmundo González Urrutia deve prestar juramento como presidente", declarou María Corina, descartando uma cerimônia simbólica no exterior: "Isso não existe, ele vai prestar juramento na Venezuela."
"Estou onde me sinto mais útil para a luta, na Venezuela”, disse a opositora, sobre a possibilidade de exílio. “Estou aqui acompanhando os venezuelanos como uma luta que continua, que é muito maior do que qualquer um de nós."
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