Após mais de uma década de negociações, entrou em vigor neste domingo, 13, o Acordo-Quadro de Cooperação da Bacia do Nilo (CFA), que visa uma gestão "justa e sustentável" das águas do rio Nilo, beneficiando todos os países da bacia.
O acordo "testemunha nossa determinação coletiva em explorar o Nilo para o benefício de todos, garantindo seu uso justo e sustentável para as gerações futuras", indica o comunicado.
Pretende-se "retificar os desequilíbrios históricos no acesso às águas do Nilo e garantir que todos os países da Bacia do Nilo [...], possam se beneficiar deste recurso compartilhado", acrescenta.
Assinado em 2010, o acordo foi ratificado por cinco nações: Etiópia, Ruanda, Uganda, Tanzânia e Burundi. Contudo, o Egito e o Sudão rejeitaram o tratado, principalmente devido à construção da represa hidrelétrica pela Etiópia, que o Egito considera uma ameaça existencial por depender do Nilo para 97% de sua demanda hídrica. A Etiópia, por sua vez, vê a infraestrutura como essencial para o seu desenvolvimento e para o fornecimento de energia a seus 120 milhões de habitantes.
"O Egito não fará nenhuma concessão [...] e rejeita totalmente o acordo de Entebbe", declarou no domingo o ministro egípcio de Recursos Hídricos e Irrigação, Hani Sewilam, segundo meios de comunicação oficiais.
Uma cúpula das nações do Nilo estava prevista para ser realizada em 17 de outubro em Uganda, mas foi adiada para o início do próximo ano, declarou nesta segunda-feira à AFP Vincent Bagiire, secretário permanente do Ministério das Relações Exteriores ugandês, sem indicar o motivo do adiamento. Segundo a imprensa, a cúpula foi adiada devido a desacordos entre os países.
O Nilo, o maior rio da África, atravessa onze países e é fonte de sustento para mais de 500 milhões de pessoas.
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