Ato aprofundou a crise política no paísZurab Tsertsvadze / AP

Dezenas de milhares de georgianos se aglomeraram do lado de fora do parlamento, em Tbilisi, nesta segunda-feira, 28, exigindo a anulação da eleição parlamentar do fim de semana após as alegações da presidente do país, Salome Zourabichvili, de que os resultado foram fraudados com a ajuda da Rússia. Tal como membros do partido Sonho Georgiano, o Kremlin também rejeitou as acusações de interferência.
"Vocês não perderam a eleição", disse Zourabichvili aos manifestantes que acenavam bandeiras da Geórgia e da União Europeia. "Eles roubaram seu voto e tentaram roubar seu futuro, mas ninguém tem o direito de fazer isso e vocês não permitirão que alguém o faça!".
A presidente, no entanto, não detalhou nenhuma evidência. Ela também afirmou à Associated Press que a Geórgia foi vítima da pressão russa contra a adesão à UE.
O ato aprofundou a crise política no país, onde o partido governista Georgian Dream se tornou cada vez mais autoritário e se inclinou em direção a Moscou.
Segundo a Comissão Eleitoral Central, a legenda recebeu 54,8% dos votos com quase todas as cédulas contadas.
O partido - formado por Bidzina Ivanishvili, bilionário que fez sua fortuna na Rússia - adotou leis semelhantes às usadas pelo Kremlin para reprimir a liberdade de expressão e os direitos LGBTQ+.
A oposição declarou que não participará de qualquer negociação com o governo e pressionará por uma nova votação sob supervisão internacional.
Os EUA, por intermédio do secretário de Estado, Antony Blinken, e a União Europeia, representada pela porta-voz Nabila Massrali, pediram investigações completas do resultado da eleição de sábado, 26.