Zelensky conversou com seu homólogo sul-coreano e ambos concordaram em aumentar a cooperaçãoAFP
A Rússia tem avançado rapidamente na província oriental de Donetsk e afirmou ter capturado "totalmente" Selydove, uma localidade que tinha cerca de 20.000 habitantes antes da ofensiva russa iniciada em fevereiro de 2022.
Aumenta a preocupação de Kiev e do Ocidente com a cooperação militar entre Coreia do Norte e Rússia, e tanto o Kremlin quanto Pyongyang não negam a presença de soldados norte-coreanos em território russo.
O Pentágono indicou que um "pequeno número" de tropas da Coreia do Norte foi deslocado para Kursk, província russa na fronteira com a Ucrânia, parcialmente controlada pelas forças de Kiev.
Seu porta-voz, o general Pat Ryder, disse que os Estados Unidos tinham informações sobre "alguns milhares [de tropas norte-coreanas] que estão quase lá ou chegarão de forma iminente".
A Ucrânia tem sofrido nos últimos meses uma crescente escassez de efetivos e está imersa em um impopular debate sobre como reforçar as fileiras militares.
O secretário-geral do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksandr Lytvynenko, declarou ao Parlamento nesta terça-feira que o Exército planeja mobilizar outras 160 mil pessoas. Uma fonte informou à AFP que o recrutamento será organizado nos próximos três meses.
Avanço russo recorde
As capturas anunciadas nesta terça-feira são as últimas de uma série de avanços das forças russas, que ganharam impulso desde fevereiro com o colapso das defesas ucranianas na cidade de Avdiivka.
Dois terços desses avanços, ou 324 km², ocorreram na província de Donetsk.
Zelensky afirmou ter falado sobre o destacamento de tropas norte-coreanas com o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol.
Ambos os países, junto com líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e dos Estados Unidos, estão em alerta pelo envio de cerca de 10.000 soldados norte-coreanos para a Rússia.
"A conclusão é clara: esta guerra está se internacionalizando, se estendendo para além de dois países", declarou o líder ucraniano a seu homólogo sul-coreano, segundo uma leitura da chamada divulgada por Kiev.
Yoon afirmou que o envolvimento de tropas norte-coreanas no conflito ucraniano é uma "importante ameaça" e advertiu sobre a possível transferência de tecnologia militar sensível e experiência em combate de Moscou para Pyongyang.
Outra sinalização do proximidade entre Rússia e Coreia do Norte é a visita a Moscou, nesta semana, da ministra de Relações Exteriores norte-coreana, Choe Son Hui, reportada nesta terça-feira pela agência oficial do país asiático, KCNA.
Ataques mortais
Novos bombardeios russos mataram quatro pessoas na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, anunciou seu prefeito, Ihor Terekhov.
Devido ao ataque, "duas casas foram destruídas e outras 20 sofreram danos de diferentes graus", informou.
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