Bandeira da União EuropeiaAFP
As autoridades se reunirão no encontro de cúpula da Comunidade Política Europeia (CPE), que reúne os 27 membros da União Europeia (UE) e 20 convidados.
E na sexta-feira (8) está prevista uma reunião de cúpula da UE também na capital húngara.
A CEP programou debates em mesas temáticas sobre migração e segurança econômica, mas o resultado da eleição americana é claramente o assunto mais importante.
Além disso, na quarta-feira aconteceu o colapso da aliança de governo na Alemanha, o que abre outra dúvida política para o bloco de países europeus.
Ao mesmo tempo, na França, o presidente Emmanuel Macron ainda tenta se recuperar após a dura derrota sofrida nas recentes eleições legislativas.
Macron tomou a iniciativa em sua mensagem de felicitações a Trump e pediu uma Europa "mais unida, mais forte e mais soberana neste novo contexto".
A percepção, baseada nas declarações de Trump durante a campanha, é que o continente europeu deve mostrar-se unido e estar preparado para dificuldades na área comercial.
Na campanha eleitoral, Trump disse que a UE era uma "mini China" que abusa da parceria comercial com os Estados Unidos em busca de superávit.
Ele indicou que cogita a ideia de adotar tarifas de entre 10% e 20% para todos os produtos que entrem nos Estados Unidos, um cenário que preocupa muitos líderes europeus.
Unidade necessária
Em uma mensagem na rede social X, Von der Leyen saudou "calorosamente" Trump e mencionou a importância da "associação entre os povos" dos dois lados do Atlântico.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, celebrou a vitória de seu "amigo" Trump. E o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, prometeu abrir "várias garrafas de champanhe" pela vitória de Trump.
Ao receber em sua capital a reunião da CEP e o encontro de cúpula da UE, Orban fica na posição de interlocutor necessário entre as capitais europeias e Trump.
Ele também não esconde as boas relações com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o que significa que o polêmico premiê húngaro assume um papel central.
A CEP, promovida originalmente por Macron, constitui um fórum no qual participam os países da UE, alguns candidatos a ingressar no bloco e até um ex-membro, o Reino Unido.
Para o analista Guntram Wolff, do grupo Bruegel, os países europeus não estavam preparados para a vitória de Trump.
"Não existe um plano elaborado sobre o caminho a seguir, nem a nível europeu, nem a nível franco-alemão", disse.
Sébastien Maillard, do Instituto Jacques Delors, destacou que o resultado das eleições nos Estados Unidos "obriga a UE a abrir os olhos".
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