Cuba começa a restabelecer energia e avalia danos de furacãoAFP
Rafael atingiu ontem o oeste de Cuba, duas semanas depois da tempestade Oscar, que deixou oito mortos no leste da ilha durante um apagão geral que durou quatro dias. Os ventos de Rafael, de 180 km/h, desconectaram o sistema elétrico nacional.
“Conseguiu-se restabelecer o serviço entre o centro e leste do país", informou a Presidência no X. O presidente Miguel Díaz-Canel fez hoje um balanço dos danos e deve percorrer as áreas mais afetadas.
A estrada que liga Havana à cidade de Artemisa amanheceu com torres de alta tensão no chão e suas estruturas metálicas retorcidas. Ruas de vilarejos estavam repletas de galhos, telhas e pedaços de concreto da fachadas de casas.
"Mal dormi, porque estava muito preocupada", contou Natalia, que, assim como Pérez, mantém o otimismo. "Sabemos sobreviver, estamos quase sempre sem luz", comentou.
A dona de casa Lídia, 49, expressava tristeza. "Agora o furacão vai embora e temos outro apagão, ou seja, como vamos cozinhar, que água vamos beber?", questionou na frente de casa, no povoado de Candelaria, por onde o furacão entrou na tarde de ontem.
"Não há esperança quando se viveu tantas coisas horríveis", disse Lídia, lembrando que este é o segundo apagão geral em menos de três semanas. "Que país pode se desenvolver assim?"
Afastando-se
Rafael chegou à ilha na tarde de ontem, com a força de um furacão de categoria 3. Seu olho atingiu com toda a potência a província de Artemisa e saiu da ilha quase duas horas e meia depois, deixando um rastro de árvores, postes, cabos e escombros jogados nas ruas.
O Centro Nacional de Furacões, com sede em Miami, informou que Rafael continuava "se afastando do oeste de Cuba", e alertou que ondas fortes, ventos e chuva podem afetar a ilha.
A empresa de aviação anunciou a retomada das operações nos aeroportos de Havana, Varadero, Cienfuegos e Villa Clara.
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