As audiências do julgamento em Avignon (sudoeste) foram públicas, a pedido da própria Gisèle Pelicot, a fim de ajudar, explicou ela, as vítimas de violência sexual a 'não ter mais vergonha' e a denunciar seus agressores.
Nos protestos, muitos manifestantes carregavam faixas com o slogan: “A vergonha deve mudar de lado”.
'Quantos mais formos, mais visíveis seremos, pois esse é um assunto de todos, não apenas das mulheres', disse Peggy Plou, uma autoridade eleita local do oeste da França, na manifestação em Paris.
Uma lei sobre consentimento precisa ser promulgada rapidamente. Só porque alguém não diz nada não significa que concorda” com uma relação sexual, disse Marie-Claire Abiker, uma enfermeira aposentada de 78 anos, que também participou da passeata na capital.
A lei francesa define estupro como 'qualquer ato de penetração sexual (...) por meio de violência, coerção, ameaça ou surpresa'.
Não há referência ao consentimento, uma questão que se tornou crítica desde o surgimento do movimento #MeToo, no final da década de 2010.
A marcha em Paris reuniu milhares de pessoas, em sua maioria mulheres, mas também muitos homens e crianças.
Também foram realizados atos em Marselha (sul), Lille (norte) e Rennes (noroeste), entre muitas outras cidades.
'Em 2018, basicamente só havia mulheres' nas manifestações. 'Hoje há, digamos, 30% de homens. Isso é realmente uma ótima notícia', enfatizou Amy Bah, do grupo feminista ‘NousToutes’ ('Todos nós'), na marcha em Lille.
'Sinto-me preocupado, todos nós temos um papel a desempenhar' para mudar a situação, e ‘especialmente os homens’, disse Arnaud Garcette, de 38 anos, que foi à marcha em Marselha com seus dois filhos.
'Estamos na origem do problema e também na origem das soluções', acrescentou.
As manifestações, convocadas por mais de 400 organizações, ocorreram na véspera da celebração, na próxima segunda-feira, do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.
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