Macron escolheu o conservador Michel Barnier como primeiro-ministro em nome da estabilidadeAFP
Em setembro, Macron escolheu o conservador Michel Barnier como primeiro-ministro em nome da estabilidade, dois meses depois das legislativas que antecipou em virtude da vitória da ultradireita francesa nas eleições ao Parlamento Europeu.
A inesperada antecipação eleitoral deixou uma Assembleia Nacional (Câmara Baixa) sem maiorias claras e dividida em três blocos irreconciliáveis: esquerda, centro-direita e extrema direita. Macron não pode convocar novas eleições até julho.
Em plena crise política, qual é a margem de manobra do presidente de 46 anos?
Nomear Barnier de novo?
Na noite de terça-feira, o primeiro-ministro de 73 anos descartou essa possibilidade. "Quero servir. Disse a vocês que é uma grande honra. Mas que sentido tem [uma nova nomeação como primeiro-ministro]?", declarou às redes TF1 e France 2.
Entre os nomes que circulam para suceder o ex-negociador europeu do Brexit estão o atual ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, e o aliado centrista de Macron, François Bayrou.
Apoio da direita de novo?
Mas o líder do LR, Laurent Wauquiez, garantiu a seus deputados na terça-feira que seu "compromisso em setembro era válido apenas para Barnier", de acordo com sua comitiva, sugerindo novas discussões para entrar em um governo.
Faltando dois anos e meio para a próxima eleição presidencial, que Macron não pode disputar, os partidos estão buscando se dissociar do legado de um presidente impopular, mas tentando não parecer responsáveis pela crise atual.
Ampliar o apoio?
O governo que surgiria desse pacto incluiria ministros da aliança de Macron, de acordo com Attal, de centro-direita, e poderia evitar que sua sobrevivência dependesse do partido de oposição Reagrupamento Nacional (RN), de extrema direita, comandado por Marine Le Pen.
Alguns membros mais à direita da coalizão governista defenderiam, em vez disso, um "pacto" secreto entre o chefe de Estado e Marine Le Pen, para que esta última permitisse a sobrevivência de um novo governo.
Virar à esquerda?
Embora Castets tenha dito na terça-feira que está "pronta para governar", os socialistas defenderiam a proposta de um pacto "sem censura", com acordos pontuais com todos os outros partidos, exceto a extrema direita, mas com um governo de esquerda.
Essa abertura entra em conflito com a posição da LFI, que defende "aplicar o programa e somente o programa" da Nova Frente Popular, apesar do fato de que esse cenário implicaria em uma rápida censura.
O líder dos socialistas, Olivier Faure, também rejeitou um governo liderado pelo ex-primeiro-ministro socialista Bernard Cazeneuve, que deixou o partido e rejeita qualquer acordo com a LFI.
Um governo tecnocrático?
Esse governo se dedicaria à administração cotidiana e à cobrança de impostos, mas enfrentaria o obstáculo no Parlamento do orçamento de 2025, que já provocou a queda de Barnier.
"Por trás da técnica sempre há política", resume um líder da aliança de Macron, rejeitando esse cenário.
Renúncia de Macron?
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