Porta-voz do Kremlin, Dmitri PeskovReprodução

O Kremlin se recusou a confirmar os relatos de que o presidente deposto da Síria, Bashar al-Assad, fugiu para a Rússia, depois que agências de notícias russas informaram, citando fontes governamentais, que o ex-governante e sua família estavam em Moscou e receberam asilo por razões humanitárias.

"Quanto ao paradeiro do presidente Assad, não tenho nada para falar a vocês", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa. "O que aconteceu surpreendeu o mundo inteiro. Nós não somos exceção", acrescentou.
Assad estava há 24 anos no poder na Síria, mas deixou a capital Damasco após rebeldes terem entrado no território sem encontrar resistência militar.
As agências russas anunciaram na noite de domingo (8), citando uma fonte do Kremlin, que Assad, aliado da Rússia, e sua família estavam em Moscou. 

Questionado se o presidente Vladimir Putin havia decidido pessoalmente conceder refúgio a Assad, Peskov respondeu: "Decisões assim não podem ser tomadas sem o chefe de Estado. Não tenho mais nada a dizer".

"O que aconteceu surpreendeu o mundo inteiro. Nós não somos exceção", acrescentou.

O porta-voz do Kremlin afirmou ainda que considera "necessário" abordar com as futuras autoridades sírias a possibilidade de manter a base naval russa em Tartus e a base aérea militar russa em Hmeimim.

"É tema de discussões com aqueles que estão no poder na Síria", declarou, antes de afirmar que a Rússia "faz todo o possível e necessário para entrar em contato com aqueles que podem estar encarregados de garantir a segurança" das bases militares russas no país.

A Rússia, que atua militarmente na Síria desde 2015 em apoio a Assad, acredita que o país entra em "um período muito difícil, devido à instabilidade", segundo Peskov.

Neste contexto, "é muito importante manter um diálogo com todos os países" da região, acrescentou.