Governo retira funcionários da embaixada brasileira em Damasco após rebeldes derrubarem AssadAFP

O governo federal determinou a evacuação imediata da embaixada brasileira em Damasco, capital da Síria, depois da derrubada do regime do ditador Bashar Assad por rebeldes. Segundo o Itamaraty, o processo de retirada do pessoal está em andamento nesta segunda-feira, dia 9.
Toda a equipe diplomática brasileira deixou o país, seguindo retiradas de outras nações, inicialmente por terra até o Líbano
A retirada inclui apenas os servidores brasileiros e seus familiares. A equipe do Itamaraty é composta pelo embaixador André Luiz Azevedo dos Santos, o assistente de chancelaria Fabio Antonio do Rosário, o agente administrativo Alexandre Elias de Figueiredo - ambos no cargo de vice-cônsul - e o assistente de chancelaria Nergiton Majela de Souza.
O embaixador era o único diplomata de carreira na Síria e trabalhava com apoio desses três servidores administrativos. Ele deve permanecer em Beirute de forma transitória, respondendo pela embaixada, até que haja condições de segurança para retornar a Damasco.
Outros países, como Argentina, Hungria e Sérvia também realizaram a operação de evacuação dos diplomatas, segundo informações que circularam na diplomacia brasileira. O Chile avalia seguir esse protocolo, determinado por causa da deterioração das condições de segurança em Damasco.
O governo brasileiro avaliou que a embaixada ficou vulnerável depois que outras instalações diplomáticas foram invadidas na capital da Síria.
Ao longo do fim de semana, a embaixada monitorou a situação de brasileiros no país árabe e disse que não havia, até então, registro de vítimas de nacionalidade brasileira. O Itamaraty também alertou os brasileiros a deixarem a Síria imediatamente.
No fim de semana, o governo disse que "acompanhava com preocupação a escalada de hostilidades na Síria" e pediu "máxima contenção" para assegurar a integridade da população e da infraestrutura civis.
"O Brasil reitera a necessidade de pleno respeito ao direito internacional, inclusive ao direito internacional humanitário, bem como à unidade territorial síria e às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Brasil apoia os esforços para solução política e negociada do conflito na Síria, que respeitem a soberania e a integridade territorial do país", disse o Ministério das Relações Exteriores.