Trump afirmou que o Panamá não tem condições de controlar o canalAFP
"O canal não tem controle direto ou indireto nem da China, nem da Comunidade Europeia, nem dos Estados Unidos ou de qualquer potência. Como panamenho, repudio energicamente qualquer manifestação que distorça esta realidade", reagiu Mulino em um vídeo em sua conta no X, sem mencionar Trump diretamente.
Sua declaração seguiu uma postagem do republicano no sábado em sua plataforma, Truth Social, na qual escreveu: "nossa Marinha e comércio têm sido ameaçados de uma forma injusta e imprudente. As taxas que o Panamá cobra são ridículas".
"Esta completa trapaça contra nosso país cessará imediatamente", afirmou Trump.
O presidente eleito também denunciou a crescente influência da China no canal, uma situação preocupante já que empresas americanas dependem do canal para transportar bens entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Se o Panamá não pode garantir uma "operação segura, eficiente e confiável" do canal, "então exigiremos que nos devolvam o canal do Panamá em sua totalidade e sem margem para dúvidas", acrescentou o republicano.
O presidente panamenho respondeu, exigindo "respeito" com seu país e reiterou que "cada metro quadrado do canal do Panamá e suas zonas adjacentes são do Panamá e continuarão sendo". "A soberania e a independência do nosso país não são negociáveis", acrescentou.
Apesar das falas de Trump, Mulino disse que espera ter "uma relação boa e respeitosa" com o futuro governo dos Estados Unidos, com o qual espera continuar abordando temas como a imigração ilegal e o narcotráfico.
O Panamá retomou o controle total da passagem comercial em 31 de dezembro de 1999. O ex-presidente panamenho Martín Torrijos (2004-2009), considerou, em uma mensagem no Instagram, que "qualquer tentativa" de tirar do Panamá a gestão do canal é "uma ofensa".
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