Primeira-ministra de extrema direita da Itália, Giorgia Meloni, defendeu Elon MuskAFP

A primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni, foi na contramão de uma série de líderes europeus nesta quinta-feira, 9, e afirmou que o bilionário Elon Musk "não é um perigo para a democracia". Em coletiva de imprensa, a italiana argumentou, que em vez disso, existe "interferência" em outros casos, quando "pessoas ricas usam recursos para financiar partidos e associações do outro lado do mundo para influenciar políticas, como no caso de Soros", em menção ao empresário George Soros.
Sobre a postura de Musk em relação à campanha eleitoral na Alemanha, Meloni respondeu: "Gostaria de lembrar a interferência alemã na campanha italiana. Musk expressa sua posição e é disso que estamos falando. Você pode gostar ou não, mas quando me dizem que há perigo de interferência, destaco que não é o primeiro caso de pessoas conhecidas e ricas expressando suas opiniões". Comparando os bilionários, Meloni questionou: "o problema é que ele (Musk) é rico e influente ou que não é de esquerda?"
A pressão de líderes europeus contra a postura de Elon Musk vem crescendo nos últimos dias, na medida em que o bilionário, que fará parte do governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sinaliza maiores intervenções na política da região. A recente polêmica teve como estopim a programação de uma live na rede social X com a líder do partido alemão AfD, Alice Weidel, nesta quinta-feira.
Nesta semana, presidente francês Emmanuel Macron alertou para os riscos colocados pelo poder desenfreado nas mãos de bilionários da tecnologia e para o impacto desestabilizador que podem ter nas instituições democráticas. Macron enquadrou a influência de Musk como um desafio aos valores democráticos da Europa, reforçando a necessidade de unidade europeia e resiliência contra perturbações externas.