Comissão quer trabalhar com as autoridades para que o passado não se repitaAFP
A Comissão de Investigação da ONU sobre a Síria nunca teve acesso ao país sob o governo do presidente Bashar al Assad, que foi destituído em 8 de dezembro por uma coalizão rebelde liderada por islamistas radicais.
"Esperamos poder estabelecer uma boa relação com as autoridades recém-instaladas", afirmou à AFP Hanny Megally, membro da Comissão, destacando que o novo governo deu uma recepção "imediata" à missão que ele liderou durante cinco dias no país.
A comissão, que investiga crimes de guerra e outras violações do direito internacional sobre direitos humanos desde o início da guerra civil na Síria em 2011, realizava seu trabalho até agora à distância, compilando listas de 4.000 supostos responsáveis por delitos graves.
Megally informou que visitou centros de detenção e locais de valas comuns em Damasco e arredores, além de realizar entrevistas nos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.
Investigando todas as partes envolvidas no conflito sírio, incluindo os ex-rebeldes que agora governam o país, a comissão deseja também trabalhar com as autoridades "para garantir que o passado não se repita".
"Nenhuma parte do conflito na Síria pode afirmar 'respeitamos os direitos ou o direito humanitário internacional'", enfatizou Megally.
"Mas estamos em uma nova fase [...] seria bom poder dizer que a lição foi aprendida", concluiu.
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