Criminosos serão libertados da Prisão Militar de OferWikimedia Commons

Israel começou a libertar um grupo de prisioneiros palestinos horas depois que o Hamas libertou três reféns como parte do acordo de cessar-fogo que interrompeu 15 meses de conflitos na Faixa de Gaza.

Um ônibus partiu da Prisão Militar de Ofer com cerca de 32 prisioneiros para a Cisjordânia. Cerca de 150 outros prisioneiros estavam sendo enviados para Gaza ou deportados.
De acordo com as autoridades palestinas, um total de 183 prisioneiros palestinos devem ser libertados, incluindo dezenas cumprindo longas sentenças ou sentenças perpétuas, e 111 pessoas da Faixa de Gaza presas após 7 de outubro de 2023 e mantidas sem julgamento.

Mais cedo, militantes entregaram Yarden Bibas e o franco-israelense Ofer Kalderon a autoridades da Cruz Vermelha na cidade de Khan Younis, no sul, enquanto o refém americano-israelense Keith Siegel foi entregue à Cruz Vermelha na manhã deste sábado na Cidade de Gaza, ao norte.

Todos os três foram sequestrados durante o ataque liderado pelo Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra. A libertação deles eleva para 18 o número de reféns libertados desde que o cessar-fogo começou em 19 de janeiro.

Ambos os eventos de sábado foram rápidos e ordeiros, em contraste com as cenas caóticas que se desenrolaram durante uma libertação de reféns anterior na quinta-feira (30), quando militantes armados pareciam lutar para conter uma multidão que cercava os reféns.
Nas libertações de sábado, militantes mascarados e armados ficaram em filas enquanto os reféns caminhavam para um palco e acenavam antes de serem levados para fora e entregues à Cruz Vermelha.
Trégua
Durante a primeira fase de seis semanas da trégua, espera-se que um total de 33 reféns israelenses sejam libertados em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos. Israel diz ter recebido informações do Hamas de que oito desses reféns foram mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 ou morreram em cativeiro

Também no sábado, espera-se que palestinos feridos sejam autorizados a deixar Gaza para o Egito através da passagem de Rafah. Ela tinha sido o único ponto de saída para palestinos durante a guerra antes de Israel fechá-la em maio. Uma missão civil da União Europeia foi enviada na sexta-feira para preparar a reabertura da passagem.

A reabertura marcaria outro passo importante na primeira fase do cessar-fogo, que exige o retorno dos palestinos ao norte de Gaza e um aumento da ajuda humanitária ao território devastado.

O Ministério da Saúde informou que 50 crianças doentes e feridas devem ser evacuadas pela passagem de Rafah, junto com 61 acompanhantes.
O Hamas diz que não libertará os reféns restantes sem o fim da guerra e uma retirada total de Israel de Gaza.
A guerra

No ataque de 7 de outubro que deu início à guerra, cerca de 1 200 pessoas, a maioria civis, foram mortas. Mais de 47 mil palestinos foram mortos na guerra aérea e terrestre de retaliação de Israel, mais da metade deles mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que não diz quantos dos mortos eram militantes.

O exército israelense diz que matou mais de 17 mil combatentes, sem fornecer evidências. Ele culpa o Hamas pelas mortes de civis porque seus combatentes operam em bairros residenciais. /Moshe Edri na base militar de Reim, Israel, e Paz Bar em Kfar Saba, Israel, contribuíram para esta reportagem.
Com informações do Estadão Conteúdo.