Netanyahu destaca a aliança 'inquebrável' entre Israel e os Estados UnidosAFP
Dois representantes do Hamas disseram sob condição de anonimato à AFP que o movimento islamista está "pronto para iniciar as negociações para a segunda fase" do cessar-fogo com Israel em Gaza.
As discussões se concentrarão em "evitar um retorno à guerra", na "retirada militar" israelense de Gaza e nos "critérios" para as trocas entre os últimos reféns israelenses e prisioneiros palestinos, explicou um deles.
"Estamos esperando que os mediadores lancem a segunda fase", afirmou o outro. "Pedimos aos mediadores que garantam que o ocupante israelense irá aderir ao acordo e não o paralise", acrescentaram.
A Rússia pediu nesta segunda-feira aos líderes do Hamas que "cumpram suas promessas" sobre a libertação de reféns, durante uma visita de um representante do movimento islamista palestino a Moscou.
Netanyahu é o primeiro líder estrangeiro a ser recebido por Trump desde sua posse, um símbolo da aliança inquebrável entre os dois países.
Esta visita coincide com a retomada das negociações nesta semana, por meio de mediadores, entre Israel e Hamas na segunda fase do cessar-fogo.
Espera-se que as negociações permitam a libertação dos últimos reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza e o fim definitivo da guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento palestino em território israelense em 7 de outubro de 2023.
As conversas ocorrem simultaneamente a uma operação militar israelense no norte da Cisjordânia ocupada.
Netanyahu se reúne nesta segunda-feira com Steve Witkoff, enviado especial de Trump para o Oriente Médio, e durante a semana tem previsto um encontro com o primeiro-ministro do Catar e altos representantes do Egito, os outros dois países mediadores.
Ao término das libertações da primeira fase do cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, o Hamas ainda mantém cerca de 50 reféns, vivos ou mortos.
Outras prioridades
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse no sábado a Trump que o mundo conta com ele para um acordo de paz "permanente".
Desde seu retorno à Casa Branca, Trump propôs fazer uma "limpeza" em Gaza e transferir os palestinos para lugares "mais seguros", como Egito ou Jordânia, provocando críticas internacionais.
Trump liberou o fornecimento para Israel de bombas de 2 mil libras (cerca de 900 quilos), que seu antecessor, Joe Biden, suspendeu, e anulou as sanções financeiras contra colonos israelenses acusados de atos de violência contra palestinos.
As tensões crescentes na Cisjordânia ocupada, onde o Exército israelense realiza operações militares há várias semanas, também podem ser abordadas nas conversas.
O Exército israelense afirmou que matou mais de 50 "terroristas" neste território palestino desde 14 de janeiro, enquanto o ministério da Saúde local registrou 70 mortos por ações de Israel na Cisjordânia ocupada desde 1º de fevereiro.
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