Exército dos Estados Unidos realiza desde agosto manobras no Panamá junto com a polícia localMartin Bernetti/AFP
Nas manobras, realizadas na antiga base militar americana de Sherman, na entrada atlântica do Canal do Panamá, cerca de 50 fuzileiros navais e policiais panamenhos simularam nesta terça-feira (2) o resgate e transporte em helicóptero de uma pessoa ferida em combate, observaram repórteres da AFP.
O exercício ocorre um dia após o presidente Donald Trump se reunir com seu Conselho de Segurança Nacional para tratar da crise com Caracas.
O capitão do Exército americano Nelson Marchan, de origem venezuelana, disse desconhecer se esses treinamentos têm relação com uma hipotética intervenção militar para derrubar o presidente Nicolás Maduro, uma possibilidade mencionada pelo mandatário chavista.
"Sobre isso, não tenho nenhum conhecimento", afirmou Marchan.
Os Estados Unidos enviaram ao Caribe o maior porta-aviões do mundo e outros navios de guerra, além de aviões de caça e milhares de tropas. Segundo Washington, o objetivo é combater o narcotráfico.
Na segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca Karoline Leavitt não descartou a possibilidade de um envio de tropas americanas a solo venezuelano, horas depois de Trump confirmar que teve uma conversa por telefone com Maduro.
O republicano afirmou há dias que os Estados Unidos começariam "muito em breve" a ter como alvos "narcotraficantes venezuelanos" em operações "em terra".
O Exército dos Estados Unidos realiza desde agosto manobras no Panamá junto com a polícia local, dentro de um programa de cooperação bilateral assinado sob a pressão de Trump, que ameaçou retomar o canal com o argumento de que estaria sendo controlado pela China.
Os exercícios continuaram em outubro. Nos atuais, que se estenderão até 18 de dezembro, participam 25 fuzileiros navais americanos, junto com 25 policiais panamenhos, de acordo com o capitão do Serviço Nacional Aeronaval do Panamá, Ariel Rosas.
Para o próximo ano, já há três novos exercícios programados, indicou.
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, descartou há algumas semanas que esses treinamentos estejam relacionados com "qualquer ato hostil contra a Venezuela".

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