A coordenadora da Codim, Fernanda Sixel, disse que o trabalho no eixo da prevenção e como a disseminação da informação tem auxiliado a expandir a procura pelos serviços.Divulgação Ascom PMN - Foto: Codim
De acordo com a coordenadora da Codim, Fernanda Sixel, esse aumento da procura reflete uma maior confiança das mulheres em situação de violência doméstica com relação às políticas protetivas implantadas pela Prefeitura de Niterói.
“A partir do momento em que a mulher tem acesso aos serviços ofertados pela Codim, nos diferentes equipamentos e eixos de trabalho, ela percebe que não está sozinha. Um conjunto de ações com acolhimento sócio-emocional, orientação jurídica, programa de transferência de renda, capacitações, arteterapia, dentre outras iniciativas ofertadas fazem com que cada mulher se empodere e rompa com o ciclo da violência. Sabemos que a subnotificação é uma realidade, para alcançar o maior número de mulheres, nós temos ido aos territórios através da Codim Itinerante e do Treinamento Lilás, com isso cresce o conhecimento acerca da rede local de enfrentamento à violência e, consequentemente, o crescimento dos atendimentos” explica Fernanda, ao destacar que a Coordenadoria vai completar 20 anos neste ano.
Centro Especializado de Atendimento à Mulher Neuza Santos (Ceam)
Entre os programas da Codim se destaca o Centro Especializado de Atendimento à Mulher Neuza Santos (Ceam). A unidade atende mulheres vítimas de diversas formas de violências como psicológica, física, moral, sexual e econômica. O Ceam oferece orientação jurídica, apoio psicológico, assistência social, arteterapia, yoga, orientação nutricional, espaço kids, aula de percussão, entre outras atividades. O acolhimento funciona na Rua Cônsul Francisco Cruz, 49, Centro de Niterói, de segunda à sexta das 9h às 17h. Telefones: 21 96992-6557 / 21 2719-3047 (whatsapp).
Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam), em parceria com o Plaza Shopping
O Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam) da Prefeitura de Niterói, em parceria com o Plaza Shopping, é uma porta de entrada para a rede de proteção, acolhendo e encaminhando mulheres para atendimento nos serviços do poder público, como orientação jurídica e apoio psicológico. O espaço foi cedido pelo Plaza, sem nenhum custo para a Prefeitura. A Codim realizou treinamento com representantes dos lojistas e das equipes administrativas do shopping para que possam auxiliar no atendimento de forma humanizada e esclarecedora, com o objetivo de romper o ciclo da violência.
O Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam) funciona no piso G4 do Plaza Shopping Niterói, no Centro, de segunda a sábado, das 12h às 18h.
Sala Lilás 24 horas
A Sala Lilás tem o objetivo de minimizar o impacto da violência e da revitimização das mulheres e crianças no momento do atendimento para coleta de provas materiais (exame pericial), possibilitando o devido acolhimento, escuta e a inserção desta mulher na rede de atendimento da cidade, como o Ceam, o Conselho Tutelar e a Secretaria de Saúde. Foi criada com base nas diretrizes da Lei Maria da Penha. O espaço, que também recebe pessoas de outros municípios, quando necessário, foi criado para prestar atendimento especializado e humanizado às mulheres vítimas de violência. A Sala Lilás funciona no Posto Regional de Polícia Técnica Científica (PRPTC), uma parceria entre as Prefeituras de Niterói e Maricá, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e Secretaria de Polícia Civil.
Auxílio Social
A Codim também desenvolve núcleos de atendimento e programas para o empoderamento das mulheres, por meio de ações como orientação jurídica e assistência psicológica, além do Auxílio Social, um repasse financeiro mensal para que cada mulher possa romper com o ciclo da violência doméstica.
Desde janeiro do ano passado, mais de cem mulheres de Niterói já passaram a receber o benefício de R$ 1.005,08 do Programa Auxílio Social para Mulheres em situação de violência. Ele foi criado na forma de decreto, com o objetivo principal de ajudar mulheres a quebrar o vínculo com o agressor e romper o ciclo da violência. O benefício é pago por seis meses, prorrogáveis por mais seis. Para ter direito, a mulher precisa atender a requisitos como morar em Niterói, residir com o agressor no momento da agressão, efetuar o Boletim de Ocorrência e possuir renda de até três salários mínimos ou renda média per capita familiar de valor igual ou inferior a R$700.
A coordenadora da Codim explica que, esse ano, a ideia é estender o benefício para as niteroienses que moram fora da cidade. “Em 2023 vamos avançar para garantir a essas mulheres niteroienses que elas possam ter direito ao Auxílio caso retornem para Niterói em busca da sua rede de apoio, mesmo que a agressão não tenha acontecido aqui. Queremos garantir que ela receba esse benefício e possa reestruturar sua vida. O Auxílio Social vem como uma virada de chave na vida destas mulheres, sendo uma ferramenta essencial no enfrentamento às violências e atuando como porta de saída e esperança para que cada mulher consiga escrever um novo e promissor capítulo de sua história”, contou Fernanda Sixel.
Empreendedorismo
Um desses eixos – o Empreendedorismo – vem ganhando cada vez mais destaque com cursos de capacitação voltados às mulheres em situação de violência doméstica. Criado em outubro do ano passado, o Mulher Líder é um programa de formação com base em tecnologia, inovação e liderança para potencializar o empreendedorismo. O projeto prevê que sobreviventes de violência de gênero ou em situação de vulnerabilidade social tenham um percentual de vagas para busca de oportunidades de geração de renda. A iniciativa nasceu do prêmio de um edital do Consulado Americano – Federal Assistance 2021, recebido pela Codim em junho de 2021. Até agora, mais de 150 mulheres já foram beneficiadas pelo programa. No dia 1º de março foi inaugurado o Espaço Empreender Mulher fruto de uma parceria com a ACIERJ, com o primeiro coworking feminino público do estado do Rio de Janeiro, com área kids, Sala de Reunião para que as mulheres niteroienses possam ter um espaço exclusivo para desenvolverem seus negócios e Espaço Colab de vendas, autogerido pelas empreendedoras.
“Compreendemos que investir na capacitação das mulheres possibilita sua emancipação financeira e autonomia. Para além do acolhimento e fortalecimento das mulheres pelos nossos equipamentos, estamos possibilitando portas de saída do ciclo da violência, renovando a esperança e a construção de uma nova trajetória em suas vidas. Nós contamos com diversos programas voltados para a mulher em situação de violência doméstica, por meio de parcerias e convênios com empresas para cursos de capacitação, com possibilidade de absorver essas mulheres no mercado de trabalho, com destaque para a parceria com o SENAC”, destaca a coordenadora da Codim.
Site da Codim
No ano passado, as mulheres de Niterói também puderam contar com mais uma ferramenta para auxiliar no combate à violência doméstica. O site oficial da Codim foi lançado oficialmente com o objetivo de reunir conteúdos para orientar as mulheres em situação de violência. O site também fornece informações sobre o funcionamento dos cinco eixos de atuação da Codim: Dados e Comunicação; Diversidade; Empreendedorismo; Enfrentamento da Violência e Saúde, Maternar e Bem-Estar e a disponibilização dos dados dos equipamentos através do ObservaNit Mulher.
Dignidade Menstrual
Outro projeto da Coordenadoria é o Programa de Dignidade Menstrual. A Prefeitura de Niterói, por meio de licitação, adquiriu um milhão e oitocentos mil pacotes de absorventes, além de mil coletores menstruais e 500 absorventes de tecidos. A previsão de investimento é de mais de R$ 6 milhões e 100 mil reais nessa primeira etapa do programa de dignidade menstrual. A Codim fará a distribuição dos absorventes reutilizáveis e coletores, que estão ofertados em conjunto a um encontro formativo, junto às meninas e mulheres na Rede de Educação e EJA- Educação de Jovens e Adultos, é demais projetos para jovens tanto da prefeitura como do terceiro setor da cidade.
Treinamento Lilás
Outra importante ação da Codim é o Treinamento Lilás, que visa coibir situações de violência psicológica e assédio no ambiente de trabalho, atuando na informação e mediação de conflitos. O foco principal são os servidores da prefeitura que estão na ponta, lidando diretamente com a população. A apresentação aborda mecanismos de proteção à violência, desigualdade de gênero e estatísticas de violência.
Fernanda Sixel, coordenadora da Codim explicou o trabalho no eixo da prevenção e como a disseminação da informação tem auxiliado a expandir a procura pelos serviços.
“Quando a gente fala de política e rede de proteção, a gente fala da sociedade. Todos nós somos corresponsáveis. Precisamos mudar a cultura que faz com que o homem não perceba que está cometendo o assédio. O trabalho também tem essa linha educativa de mostrar quando uma cantada passa do limite e vira assédio, que já é um crime. Perceber até onde a atitude é permissiva e quando ultrapassa os limites é uma mudança de cultura. Esse é um dos trabalhos da Codim, trabalhar dentro da lógica da prevenção. A gente precisa contar em todo o governo e na sociedade com esse novo pensamento: construir não só uma rede de proteção à mulher, mas uma cidade que proteja e respeite as mulheres”, destacou Fernanda.
O Treinamento Lilás já foi realizado com toda a Guarda Municipal para auxiliar no atendimento humanizado às mulheres vítimas de violência. A capacitação também foi levada aos motoristas de ônibus que receberam treinamento para reconhecer e ajudar no combate à importunação sexual nos coletivos, além dos agentes da Defesa Civil e da NitTrans, entre outros órgãos e instituições da cidade.
Prefeitura de Niterói entrega bolsas produzidas por artesãs com material reciclado
100 necessaires modeladas no tear com plástico que seria descartado serão recebidas pelo Plaza Shopping para serem distribuídas como brindes
07/03/2023 – A Prefeitura de Niterói realizou, nesta terça-feira (7), uma entrega de bolsas que foram produzidas pelas artesãs da economia solidária, ligadas à Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária (SMASES), com o material plástico reciclado para o Plaza Shopping. O material produzido será recebido pelo shopping, que desde 2016 faz a separação da matéria-prima, para distribuição de brindes em ocasiões escolhidas pelo centro comercial.
O secretário de Assistência Social e Economia Solidária, Elton Teixeira, ressaltou que a parceria é uma importante forma de aproveitar a mão de obra e incentivar o trabalho das artesãs da Economia Solidária.
“Essa parceria foi muito importante para mostrar a capacidade das nossas artesãs e também um desafio de criar produtos diferentes com o material reciclável. Além disso, reutilizar materiais que, na teoria, seriam descartados, é uma premissa do governo que trabalha em diversas frentes na cidade com a promoção da sustentabilidade”, contou o secretário.
O subsecretário de Economia Solidária, Maicon Carlos, acompanhou a entrega das bolsas e destacou que “a parceria com o Plaza Shopping fortalece a economia solidária, estimula a geração de renda através da ressignificação dos resíduos sólidos por meio do trabalho coletivo, autogestionário e sustentável. Temos certeza que é apenas o início de muitos outros projetos que faremos em conjunto”.
A parceria teve uma primeira conversa, ainda em 2022, quando a gerente do shopping procurou a equipe da Casa Paul Singer de Economia Solidária, da Prefeitura de Niterói, para saber o que dava para produzir com o material que a cooperativa do Plaza já separava e destinava como descarte seletivo.
Marilda Bravo, integrante do Fórum de Economia Solidária, desde 2019, trabalha com tecelagem manual e foi quem organizou o grupo, com outras duas mulheres da Casa Paul Singer, para a produção das bolsinhas.
“Estivemos no shopping e conhecemos o trabalho da cooperativa e também os tipos de materiais que eram separados. Selecionamos o plástico que embala os produtos que chegam para as lojas. A partir daí, transformamos o plástico recebido em um rolo de fios que são aplicados no tear para dar vida às necessaires”, explicou Marilda.
A produção é feita em parceria com duas outras artesãs, Sabrina Sant´Anna e Patricia Alexandra dos Santos Nascimento. Patrícia já era funcionária da Casa Paul Singer e nunca tinha trabalhado com artesanato.
“Comecei fazendo uma oficina de tear, aprendi a fazer um tapetinho, gostei e procurei fazer o curso com a Marilda. Há uns meses, ela deu a ideia de fazer essa parceria com o Plaza e estamos juntas nesse trabalho. Eu cheguei para trabalhar na Casa Paul Singer sem nunca ter feito artesanato e tomei gosto. Hoje já faço parte da economia solidária e do Fórum”, disse Patricia.
Ao todo, foram encomendadas 100 bolsinhas totalmente feitas com o plástico doado pelo shopping. O produto é sustentável e, por ser feito de plástico, pode ser molhado. A produção tem baixo custo para as artesãs que, além do material da doação, utilizam apenas zíper e do fio de urdidura, específico para o tear que é um equipamento utilizado no trabalho manual e serve para fazer diversos produtos como quadros, tapetes, bolsas, mochilas, redes, cortinas, caminhos de mesa e muitos outros.
A ideia é que a parceria dê frutos e novos produtos sejam comercializados a partir do material que possa ser reaproveitado como embalagens em pet, alumínio, tampas de garrafa e caixas tetrapak.
"A gente entende a responsabilidade de um empreendimento do tamanho do Plaza Niterói nas questões ambientais e sociais. É por isso que, sempre que possível, procuramos nos envolver em ações que impactam positivamente a cidade e a população local. As necessaires representam um pouco do trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo desses sete anos. Desde 2016, o Projeto Plaza Verde já reciclou mais de duas mil toneladas de lixo", contou Silvia Almeida, coordenadora de Experiência do consumidor.
Casa da Economia Solidária Paul Singer – Criada em julho de 2019, o local é o primeiro centro público municipal de referência em economia solidária no Estado do Rio. O objetivo é que seja um espaço de acolhimento, formação, capacitação e orientação aos empreendedores da economia solidária, cooperativas e associações, que recebe trabalhadores de Niterói e de municípios vizinhos.
A Casa conta com um espaço de comercialização, onde diversos produtores podem expor e vender seus produtos feitos de maneira artesanal, como roupas, mel, sabonetes, itens de casa etc. Além disso, o local possui uma sala de atendimento psicossocial e uma área destinada ao Fórum de Economia Solidária, sendo gerenciada de maneira compartilhada, com recursos de convênio firmado com o Ministério do Trabalho/Secretaria Nacional de Economia Solidária.
A Casa da Economia Solidária Paul Singer fica na Avenida Amaral Peixoto, 901, Centro. Informações pelo telefone (2717-8350).
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