Niterói - O cinquentenário Niterói Rugby Football Clube acaba de ter a sua história eternizada em um livro que conta a trajetória do clube, desde os primeiros passes básicos (spin pass) no Rio Cricket Associação Atlética até as inúmeras conquistas atuais. Produzida em capa dura e papel couchê, a publicação editada pela Texto & Café Comunicação e Editora contou com o patrocínio da Prefeitura de Niterói, como forma de reconhecimento da relevância histórica desse clube para a cidade.
O lançamento do livro está marcado para o dia 18 de dezembro (quinta-feira), às 19h, no Rio Cricket Associação Atlética, com a presença da diretoria do NRFC e de vários atletas do clube. Para o presidente do Niterói Rugby, Fernando Barcellos, mais conhecido como Coruja, a noite será a coroação de uma trajetória de muitas vitórias, em campo e fora dele. Desde que assumiu o clube, ele vem buscando “organizar a casa” e dar sentido a um clube que, mesmo sem ter uma sede, perdura ao longo dos últimos 50 anos, com a mesma força e resiliência de quando foi fundado.
A produção de um livro sempre foi um sonho acalentado por ele e os demais membros da diretoria e, em especial, por Marcelo Fellows, que já havia tido um resultado positivo com o lançamento do livro do Rio Cricket Associação Atlética, que resgatou uma história centenária do que era conhecido como o “clube dos ingleses”. A história do Niterói Rugby Football Clube começou exatamente no famoso “berço do futebol” no Estado do Rio, que é o Rio Cricket.
A partir da cotização entre vários sócios e toda a diretoria, os representantes do clube contrataram a Texto & Café Comunicação e Editora, através da sua editora Verônica Oliveira, que aceitou embarcar nessa grande “viagem” de remontar essa história dos últimos 50 anos e que envolve vários nomes conhecidos na cidade. Foram entrevistados mais de 70 atletas, embasados ainda por muitas pesquisas documentais sobre os anos iniciais de fundação do clube e o que motivou um grupo de atletas a fundar esse que é um dos mais vitoriosos clubes de Niterói.
Um pouco da história
Nos idos anos 70, os sócios do Rio Cricket, um clube ainda predominantemente inglês, deixaram de lado o críquete e voltaram suas atenções para o rugby. Na realidade, reza a lenda que o rugby, um esporte igualmente bretão, surgiu da insubordinação de um jovem inglês, chamado William Webb Ellis, que transformou uma partida de futebol em uma escola na Inglaterra em algo até então inominável e que, mais tarde, ficaria convencionado chamar-se rugby.
Alguns anos depois, Charles Miller, o introdutor do futebol no Brasil, também ficaria conhecido como o grande incentivador do rugby por essas paragens. A despeito de toda essa história inicial, o fato é que alguns sócios do Rio Cricket se interessaram em praticar o esporte tão diferente no qual a bola não ficava nos pés, mas sim nas mãos de seus atletas. Eram nomes como Colin Pritchard, os irmãos Bruce e Roy Corrie, Douglas Leslie, Ivan Miranda e, por fim, os irmãos Ian e Collin Turnbull. Esse último acabaria por virar uma lenda do esporte, morto tragicamente em um acidente automobilístico.
O rugby (em português rúgbi) conquistou inúmeros adeptos nos anos seguintes, seguiu errante, sem sede, mas não perdeu o brilho nos olhos de seus jogadores. Um esporte que exige garra, determinação, coletividade, força e, principalmente, disciplina (em campo e fora dele). Um esporte apaziguador, que, ao fim do jogo, no chamado Terceiro Tempo, reúne os adversários em clima festivo, de muitas brincadeiras e descontração. E, acima de tudo, um esporte que proporcionou ao Niterói Rugby Football Clube tornar-se uma lenda no Brasil e no exterior.
Importante destacar que, na década de 80, além do rugby, o NRFC também ganharia importantes aliadosque potencializaram a sua fama: os atletas de handebol. Insatisfeitos com o Clube de Regatas do Flamengo, grandes nomes desse esporte passariam a vestir a camisa preta e branca do Niterói Rugby, transbordando ainda mais com talentos nomináveis como, Maurício Jordy, Zé Ricardo e a dupla Pedro Cardoso e Colin Turnbull – lendas dos dois esportes ambos com verbetes na Wikipedia
Sobre o livro
Ricamente ilustrado com fotos de acervos particulares dos atletas, do fotógrafo Luís Cláudio Amaral e de Fabiano Marinho (sócio do RCAA), o livro “Niterói Rugby Football Clube – 50 anos de respeito e paixão pelo esporte” conta ainda com ilustrações de época do também atleta e artista Paulo Eduardo Kneip. São 192 páginas de uma trajetória contada em ordem cronológica pela jornalista e escritora niteroiense Verônica Oliveira, que ouviu inúmeras histórias de vários atletas para registrar esse percurso vitorioso de um clube que goza da fama de ser matador em campo.
O destaque fica para um capítulo especialmente dedicado às mulheres, verdadeiras lideranças, tanto no rugby, quanto no handebol. São nomes como Beatriz “Baby” Futuro, que começou a jogar rugby aos 13 anos, e, mais tarde, eleita melhor atleta sul-americana em 2009 e 2019, e melhor atleta do ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em 2016. Atualmente, Baby é árbitra internacional. Sem falar em outros nomes igualmente importantes, como Cris Futuro, Andressa Contreras e Gabriela Bittencourt.
Para a escritora niteroiense Verônica Oliveira, membro da Academia Fluminense de Letras e da Academia Niteroiense de Letras, o maior prazer de ter aceitado o desafio de escrever esses 50 anos do NRFC foi conhecer mais a fundo os valores do rugby. Aparentemente, para muitos, esse pode parecer um esporte bruto, porém, na realidade, ele reúne um forte espírito coletivo e uma amizade verdadeira. “Uma coisa eu posso dizer: quem conhece o Niterói Rugby Football Clube não esquece jamais. São muitas passagens marcantes, ora tristes ora pitorescas, mas que revelam uma Niterói de grande efervescência esportiva”, resumiu a escritora.
FICHA TÉCNICA
“Niterói Rugby Football Clube – 50 anos de respeito e paixão pelo esporte”
Autora: Verônica Oliveira Conselho editorial: Acyr Araujo, Fernando Barcellos, Francisco Lima, Henrique Thoni e Marcelo Fellows. Projeto Gráfico: Afonso Villas Boas Revisão: Tigran Magnelli Editora: Texto & Café Comunicação e Editora Impressão: Gráfica Printmill
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.