Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação

O tema educação é dos mais relevantes no Brasil. Um dos motivos de nossos problemas sociais, como baixos salários, se deve também à falta de preparo de nossa mão de obra. Em alguns setores, como petróleo e gás, se percebem grande número de estrangeiros para dar conta dos projetos em execução.
Distribuir a renda pede investimentos de capital, tecnologia e mão de obra qualificada. Por isso o sistema S
deveria ser mais parcimonioso em gastar em outros projetos que não aqueles que inspiraram Getulio Vargas a criar instrumento ágil e desburocratizado de formar mão de obra.
Fica difícil pagar bem o trabalhador sem qualificação. Até a construção civil anda pedindo cada vez mais quem saiba usar das novas tecnologias. Lamentavelmente o sistema S corre o risco de extinção em função de direções que se perpetuam, não se renovam, acabam servindo a vaidades e mordomias. O Tribunal de Contas da União (TCU) poderia auditar em detalhe algumas contas, como as despesas com fretamento de
aviões e passagens internacionais e até segurança para famílias de dirigentes.. A sobrevivência do sistema é importante, mas em modelo compatível com os tempos que vivemos.
Mas o universo da educação é mais amplo. Chega aos lares, na formação de filhos, no bom relacionamento dos casais, no combate à violência doméstica e falta de respeito para com pais e professores. Ensinar hoje pode ser atividade de risco e com impunidade. Pelo lado dos professores, cresce o número daqueles que nem se apresentam com vestes inapropriadas. Bermuda e sandália de dedo não deveriam ser uniformes de professor nem de aluno. Assim , nesta batida em que faltam exemplos de postura correta , em nome de uma suposta liberdade, vamos nos igualando a povos incultos de outras partes do mundo.
Nas últimas décadas, a partir de 1985, a falta de compostura chegou à vida pública. São notórios os exemplos de políticos que não respeitam os mandatos com posturas inadequadas, uso de palavreado chulo, confronto com os sentimentos nobres e tradicionais do nosso povo. A “ditadura das minorias”, o despertar de preconceitos, o “nós contra eles” incentivam a um clima tenso na sociedade.
É preciso baixar a bola, como se diz. Menos cobranças, mais cordialidade, respeito, postura no dia a dia de todos. A vida e a política devem ser feitas com o coração e não com o fígado. Muito menos governar pelo retrovisor, demonizando o passado e não construindo o futuro. A índole fraterna e solidária de nossa gente, a integração de todos, como definido pelo genial Gilberto Freyre, deve ser respeitada e preservada. Povo de mal com a vida, com ressentimentos, cobranças, patrulhamentos, preconceitos e imposições em temas privativos do íntimo de cada um não leva à paz, ao progresso.
Que o Natal inspire as todos e tenhamos um ano menos agressivo, com mais tolerância e respeito aos direitos de todos.
*Aristóteles Drummond é jornalista