Sergio Fernandes é deputado estadual pelo PSD e morador de PetrópolisDivulgação
Inundações e deslizamentos passaram a ser frequentes e se intensificaram em várias cidades do país. Em Petrópolis, no entanto, essa recorrência mostra que não podemos mais considerar tais casos como desastres naturais. A cada ano, vários pontos da cidade são destruídos, enterramos as vítimas fatais e reiniciamos o ciclo de reconstrução.
Mas de nada adianta reerguer o que foi esfacelado se não houver um planejamento urbano consistente para evitar, ou ao menos amenizar, as futuras intempéries que vão ocorrer. E não é ser pessimista, é olhar para a realidade das condições geográficas de uma cidade serrana, com população ocupando as encostas íngremes e margens dos rios.
Há deslizamentos que podem ser evitados por obras de engenharia. Drenagem, terraplenagem e contenção de encostas são medidas estruturais imediatas que devem ser feitas, bem como a construção de barragens e o desassoreamento dos leitos dos rios.
Precisamos debater a ocupação irregular e o crescimento desordenado da cidade. Falta fiscalização do Poder Público para combater as construções em encostas, que removem a vegetação e agravam o risco. Falta mais ainda a aplicação de políticas púbicas, a implementação de programas de moradias seguras e o combate às desigualdades. Não se pode culpar a população pobre por suas tragédias.
Não esqueçamos das ações menos complexas, porém efetivas, como a implantação de sistemas eficientes de coleta de lixo, de distribuição de lixeiras pela cidade, com coleta seletiva e, principalmente, o desentupimento de bueiros.
Por fim, lembramos que, em conjunto com as medidas acima sugeridas, é muito importante a realização das obras de intervenção profunda no túnel extravasor, que seria capaz de diminuir a chance de alagamentos no entorno do bairro e também no Centro Histórico da Cidade Imperial.
Esperamos que os órgãos responsáveis não se façam presentes apenas quando o perigo se transforma em catástrofe. Que todos nós possamos cobrar e fiscalizar a correta aplicação de recursos em estudos, monitoramento, gerenciamento de riscos e obras de prevenção.
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