Alan Lopes: A questão da segurança nas escolas públicas do Rio de Janeiro
Só a identificação antecipada desses perfis pode evitar atos trágicos. Se, todavia, uma tragédia vier a acontecer, o agente de segurança preparado precisa estar lá para minimizar a desgraça
Alan Lopes (PL-RJ), deputado estadual, presidente da Comissão de Educação da Alerj - Divulgação
Alan Lopes (PL-RJ), deputado estadual, presidente da Comissão de Educação da AlerjDivulgação
Apesar de ser um tema pouco discutido, a falta de segurança nas escolas decorre da criminalidade que cerca as unidades públicas do Rio de Janeiro. E é exatamente a quase absoluta ausência de segurança que permite a difusão da terceira maior causa de evasão escolar no estado: a violência. Isso mesmo! Estudo recente do Banco Mundial mostra que a violência nas escolas é precedida apenas pela falta de engajamento das famílias na educação dos filhos e pelas dificuldades financeiras dessas famílias. A violência é, portanto, causadora da insegurança, do medo e, como consequência, da evasão escolar.
Ora, a quem interessa a falta de segurança? Apenas às forças políticas e intelectuais que apoiam a criminalidade e o narcotráfico. Num Estado como o Rio de Janeiro, sabemos que, assim como existe a bancada armamentista, existe a “bancada do pó”, óbvia defensora da ausência de policiamento na circunvizinhança e no interior dos colégios estaduais.
É por isso que muitos diretores de escolas dos ensinos Médio e Fundamental, assim como reitores de universidades públicas, não solicitam policiamento para suas escolas: são lideranças quase totalmente ligadas aos partidos que defendem o fim das polícias ou o desarmamento delas.
Ora, um partido que defende o fim da polícia jamais admitirá a necessidade de convocar policiais para a resolução desse conflito. Essas pessoas preferem fazer manifestações abraçando árvores, fincando cruzes na areia de Copacabana e vestindo camisetas com fotos de vítimas do que agindo onde de fato temos de agir: com policiamento ostensivo, policiamento preventivo e inteligência digital e eletrônica para a solução real do problema.
Foi por isso que eu, parlamentar eleito com mais de 42 mil votos e presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), me reuni inúmeras vezes com a secretária Roberta Barreto e com o governador Cláudio Castro para, juntos, encontrarmos as soluções para o problema.
Mesmo antes daquele episódio trágico que vitimou uma professora de 71 anos em São Paulo, eu já havia criado um projeto executivo chamado ‘Escola Segura’. Entreguei nas mãos do governador para auxiliá-lo na contratação de assistentes sociais, psicólogos, militares da reserva e agentes de proteção de bens imateriais. Nossas escolas precisam disso: agentes de segurança bem treinados e profissionais que sejam capazes de identificar alunos com comportamentos estranhos, mudanças de humor ou de temperamento, isolamento social e outros traços e atitudes que mostrem que algo de ruim poderá ser feito por eles.
Só a identificação antecipada desses perfis pode evitar atos trágicos. Se, todavia, uma tragédia vier a acontecer, o agente de segurança preparado precisa estar lá para minimizar a desgraça.
O governador já tomou a iniciativa de contratar um aplicativo de segurança e de instalar botões de pânico nas escolas. Essas medidas tecnológicas são importantíssimas. Elas são a ferramenta mais ágil que temos como apoio ao militar treinado que entrará em cena através da ação dos recursos digitais. Para complementar, elaborei um projeto de lei que porá fim nesses problemas de segurança no interior das escolas públicas sob a tutela do Estado.
Era disso que o Rio de Janeiro precisava e agora tem: um governador alinhado com a secretária de Educação e com o presidente da Comissão de Educação da Alerj. Só com enfrentamento planejado conseguiremos criar ambiente de paz e segurança em nossas escolas.
Alan Lopes (PL-RJ), deputado estadual, presidente da Comissão de Educação da Alerj
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