Artigo de Adilson Pires, secretário Municipal de Assistência Social

Ter uma casa com cobertores e casacos é um privilégio se comparado às famílias
que ainda estão em situação de rua no Rio de Janeiro. É o nosso papel, poder
público, zelar por quem está em situação de vulnerabilidade e a Secretaria
Municipal de Assistência Social trabalha dia e noite para que o carioca possa ter
dignidade. Com a chegada do inverno e, historicamente, a queda de temperatura,
passar noites em calçadas se torna um desafio ainda maior.
Buscando atuar e reduzir o impacto do inverno, estamos disponibilizando 230 novas
vagas provisórias em unidades de acolhimento do Rio de Janeiro para atender, em
especial, o período de frio. Esses locais oferecerão refeições e kits para banho,
além de serviços básicos de assistência social. Todo carioca que se encontra em
situação de rua pode procurar uma unidade do Creas e ter o tratamento.
O público-alvo para este acolhimento provisório serão adultos e idosos
independentes. Crianças, adolescentes, famílias e idosos com algum grau de
dependência vão seguir o trâmite de oferta de vagas de acolhimento especializado,
via Centrais de Recepção.
Este acolhimento provisório acontecerá das 19h até as 7h. Os usuários do serviço
que desejarem aderir ao acolhimento institucional serão encaminhados para nossas
Centrais de Recepção.
É importante reforçar que as nossas equipes são treinadas para acolher, ouvir e
oferecer possibilidades para uma nova vida. Nossos abrigos vêm passando por
uma reformulação no município. Desde o início da nossa gestão junto com o
prefeito Eduardo Paes, venho afirmando que nosso maior desejo é oferecer um
recomeço com respeito, oportunidade e dignidade.

O último Censo de População em Situação de Rua mostrou que vivem nas ruas da
nossa cidade 7.865 pessoas. A vocês me dirijo agora. Mas também quero falar para
você, que sabe da importância da solidariedade. Neste mês, começamos a recolher
cobertores e agasalhos para serem distribuídos. Nós, da Secretaria Municipal de
Assistência Social, vamos até quem está necessitado com equipes da
Coordenadoria Geral de Pessoas em Situação de Rua e encaminhamos até o Creas
para que ocorra a recepção.
Este não é um trabalho que torna obrigatória a ida de quem está em situação de
rua, pois não é compulsório. Há quem mesmo diante dos perigos prefira estar nas
ruas. Por isso, também é importante que haja doação de cobertores e agasalhos.
No Rio de Janeiro, há 47 unidades dos Cras e 14 unidades dos Creas, sob
orientação de 10 Coordenadorias de Assistência Social. Há caixas espalhadas em
todos esses espaços. Além disso, o Norte Shopping, Park Shopping, Museu de Arte
Moderna do Rio (MAM) e o MetrôRio se tornaram parceiros neste objetivo ao se
oferecerem para também receber agasalhos e cobertores.
Através da campanha, também visamos reforçar o acompanhamento da população
em situação de rua, com o objetivo de romper com as fragilidades que mantêm o
vínculo com a rua.