O Censo do IBGE de 2022 e 2023 foi alvo de boicote por parte do Ministro Paulo Guedes e do presidente Jair Bolsonaro, representando um período de apagão de dados, estatísticas e informações no governo. Este censo, obrigatório por imposição do STF, tornou-se uma representação desfocada, com sombras e ausências, sem oferecer uma verdadeira perspectiva da realidade demográfica do país. Diante desse contexto, torna-se indispensável a realização de um novo Censo em 2025, desta vez com um IBGE devidamente apoiado administrativa e financeiramente, com a inclusão de tecnologias digitais, geoprocessamento e inteligência artificial.
O Censo, sendo uma contagem geral da população, é de extrema importância para a previsibilidade de políticas públicas e o planejamento estratégico do Estado brasileiro. É através dos dados coletados que são conhecidos o tamanho da população, sua distribuição geográfica, características demográficas, sociais e econômicas, entre outras informações essenciais para a tomada de decisões dos três poderes da República e dos entes federados.
O boicote ao Censo em 2022 e 2023 representa uma séria ameaça para o desenvolvimento do país, pois a ausência dessas informações resulta em um vácuo de conhecimento que compromete a capacidade de formulação de políticas públicas eficientes e assertivas. Além disso, a falta de dados atualizados prejudica a sociedade como um todo, que fica sem referências sobre sua própria realidade demográfica e socioeconômica.
A realização de um novo Censo em 2025 é urgente não apenas do ponto de vista cívico, mas também civilizatório. Somente com dados precisos e atualizados será possível ter uma representação fiel da população brasileira, permitindo assim a elaboração de ações governamentais que atendam às necessidades e demandas da sociedade.
Para que o próximo Censo seja eficiente e eficaz, é fundamental que o IBGE conte com suporte administrativo e financeiro adequado. Além disso, a incorporação de tecnologias digitais, como sistemas de coleta de dados online e geoprocessamento, agilizará o processo e garantirá maior precisão nas informações coletadas. A inteligência artificial também pode desempenhar um papel importante na análise desses dados, proporcionando uma compreensão mais aprofundada da realidade brasileira.
A realização de um novo Censo em 2025 é uma urgência cívica e civilizatória. A contagem atualizada da população brasileira é essencial para orientar as políticas públicas e o planejamento estratégico do Estado, possibilitando uma melhor compreensão da realidade demográfica e socioeconômica do país. É necessário garantir o suporte ao IBGE, tanto administrativo quanto financeiro, além da incorporação de tecnologias digitais e inteligência artificial para tornar o Censo mais ágil, preciso e eficiente. Somente assim poderemos construir um futuro mais justo e desenvolvido para todos os brasileiros.
* Paulo Baía é sociólogo, cientista político e professor da UFRJ