Luciana Cordeiro Felipetto, psicopedagoga e mestre em Ciências da EducaçãoDivulgação

Foi sancionada lei que inclui bullying e cyberbullying no Código Penal e eleva pena de crimes contra crianças e adolescentes.
Esta é uma importante decisão e conquista muito celebrada, uma vez que atualmente a empatia e o respeito estão sendo deixados de lado e, concomitantemente, deve haver políticas públicas e estratégias pedagógicas desenvolvidas na escola para evitar esses problemas.
O ensino da empatia é uma poderosa ferramenta, pois trata da capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. Ter afeição pelo outro não caracteriza que tenho empatia por ele. Empatia se resume em algo maior e é passível de ser treinada por ser uma habilidade. O sentimento que a condição biopsicossocial do outro provoca em alguém e a forma como se portam diante dos problemas deles estão relacionados à empatia.
Também são condições necessárias para que os alunos possam desenvolver relações sociais com seus pares, evitando atitudes excludentes. É na escola que, muitas vezes, crianças e adolescente moldam seu caráter, virtudes, e experimentam sentimentos como raiva, medo, angústia e felicidade, além de vivenciarem a cidadania de fato. Havendo conscientização de que todos devem estar atentos aos sentimentos dos outros,
poderemos vislumbrar a diminuição da agressividade na escola e fora dela.
A BNCC propõe, como forma de desenvolvimento social, posturas e atitudes que devem ser adotadas na escola em relação ao outro, a fim de reforçar a importância de se estimular a cooperação, a empatia e o diálogo durante a vida escolar. Entre as habilidades que precisam ser desenvolvidas com os alunos da Educação Infantil até o Ensino Fundamental II, podemos destacar segundo a BNCC, o reconhecimento dos
sentimentos dos outros e de si próprio, a valorização e participação em grupos de apoio, aceitação de redes e ambientes culturalmente diversos. É preciso saber interagir e aprender com outras culturas e combater o preconceito. A empatia deve estar presente na grade curricular dos alunos e ser pauta de todas as matérias, pois o educador é vetor de transformação e deve praticar a empatia em suas aulas.
A empatia ajuda a desenvolver atributos importantes nos alunos, que resultarão em indivíduos mais preocupados com o papel de cada um na sociedade, e mais colaborativos e respeitosos, pois entenderão as dores do outro e se empenharão em buscar soluções para tornar a sociedade mais justa e inclusiva.
* Luciana Cordeiro Felipetto é psicopedagoga e mestre em Ciências da Educação