Caminha, na primeira carta da invasão ao Brasil em 1500, descreve a fauna, a flora, o clima e a paisagem humana da terra recém-encontrada.
Seu olhar é atento, centrado naquele que seria o grande objetivo da viagem: descobrir de que forma aquelas terras poderiam trazer lucro a Portugal, que passados mais de 500 anos, o que vale até hoje como é na ação dos políticos e infelizmente, nas mentes de alguns cidadãos, que ainda mantêm o lema do “neoliberalismo”.
Na Carta da Invasão, ao mesmo tempo em que demonstra a preocupação pela possível ausência de metais preciosos na terra recém-encontrada, Caminha ressalta que mais preciosa que qualquer metal seria a “salvação daquelas almas”, aparentemente tão dóceis e desprovidas de qualquer crença, no seu entendimento, e que por incrível que seja, continua acontecendo aqui, com a “teologia da prosperidade”, pela cegueira ideológica e apologia de uma política populista na idolatria fundamentalista de um tema de campanha partidária, absolutamente extremista em tratar DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA de forma distante da realidade: DEUS nunca está acima de nós, pois como Ele ensina na própria oração, sempre está no meio de nós; a PÁTRIA é a Re-União de todo agrupamento social de um país, sem qualquer tipo de distinção, discriminação ou diferenças; FAMÍLIA é a união de pessoas em torno da explosão do amor, sem a necessidade de qualquer formatação ou modelo e, absolutamente livre de qualquer conceito ou preconceito por causa do sexo, cor da pele, formação cultural, característica étnica ou capacidade financeira.
Até mesmo no futebol, onde éramos os reis, levamos um 7x1, que de pouco adiantou, pois insistimos em não aprender nada, com as duras lições que o mundo nos apresenta.
A dura realidade é que este modelo político brasileiro está quebrado, desacreditado e totalmente destruído na credibilidade das nossas instituições democráticas.
A anatomia deste país tem as suas artérias entupidas de incompetência de lideranças políticas; da ineficiência da gestão pública e pelo tumor de uma corrupção compulsiva que azeita as espúrias negociações estatais, de membros estatais e os corruptos empresários e rentistas.
Hoje temos políticos, empresários, sindicatos e servidores vivendo às custas dos privilégios, subsídios e vantagens a eles concedidos. Além é claro de todo o desvio de conduta e de recursos.
Infelizmente, essa é a nossa dura realidade!
Na política vivemos o retrocesso onde a política está recheada de antipatia, aversão, crueldade, indiferença, menosprezo, hostilidade, ódio, iniquidade, desprezo, zombaria, desapreço, descaso, desrespeito, indiferença, menosprezo, ignomínia, infâmia, torpeza, ultraje, descaramento e desonestidade.
Vivemos com a expectativa de um absoluto retrocesso político.
A política legislativa vive cercada de pautas que desenham uma situação em que as políticas, leis ou práticas de um país ou região voltam atrás em relação a avanços anteriores em direitos humanos, liberdades civis, democracia, justiça social, igualdade, proteção ambiental ou outros aspectos fundamentais.
Este retrocesso político é uma ameaça ao progresso social e pode resultar em restrições aos direitos e liberdades individuais, desigualdade aumentada e instabilidade social.
Vivemos uma grande ameaça ao desmonte do avanço democrático.
Ainda temos eleições livres e justas, regulares, transparentes e com ampla participação da população, garantindo o sigilo do voto e a livre disputa entre candidatos, mas já tivemos um ataque direto ao Estado de Direito, com a tentativa de supressão da independência do poder judiciário, desrespeito e garantia dos direitos fundamentais de todos os indivíduos e liberdade de expressão.
A política de costumes ataca o empoderamento de grupos minoritários, como mulheres, minorias étnicas e pessoas com deficiência, na vida política e social do país. Grupos religiosos também utilizam a discriminação por raça, gênero ou orientação sexual, para também fazer política e políticos.
Estas pautas de costumes estão apoiadas em movimentos oriundos do retrocesso e mentiroso das redes sociais, onde existem grupos da sociedade civil ativa e engajada, que se utilizam de mentiras para incendiar o debate público e atacar liberdade de expressão e imprensa, com forte perseguição a jornalistas e veículos de comunicação.
O avanço democrático é um processo contínuo e gradual, que exige constante vigilância e engajamento da sociedade civil.
Precisamos manter acesa a construção constante de um sistema político que garanta a participação popular, o respeito aos direitos humanos e a distribuição justa do poder.
O engajamento da sociedade civil é fundamental para o avanço democrático.
A democracia é um valor que precisa ser constantemente defendido e fortalecido.
O Brasil precisa de investimento em educação e pesquisa, combate à corrupção e fortalecimento das instituições democráticas.
Com este cenário, vejo como urgente a criação de uma comissão ou assembleia para uma reforma constitucional, onde devem ser analisadas as leis de ordem política e social, com a definição de uma nova gestão constitucional com:
1 - Fim da reeleição para todos os cargos eletivos; 2 - Readequação dos tamanhos dos quadros políticos e suas equipes de trabalho, bem como um novo tempo de mandato: 3 - Redefinição e reajuste de remuneração das atividades políticas com o fim de subsídios, privilégios e penduricalhos financeiros desnecessários; 4 - Descentralização das atividades públicas federais com a definição de Brasília como Capital Federal Política e a retomada do Rio de Janeiro como Capital Administrativa Federal e a colocação de ministérios em regiões de interesse direto ao seu desenvolvimento; 5 - Criação do PEF - Plebiscito Eleitoral Facultativo, onde a população através de plataforma eletrônica, com uma votação de SIM ou NÃO, define o resultado que servirá para definir a validação da promulgação ou extinção de novas leis que venham tentar modificar qualquer direito ou dever do cidadão ou do povo. A nossa missão neste momento é recriar, refundar, restabelecer, recompor, restituir, reformar, refazer, reconstruir, reerguer, reimplantar, reorganizar, reparar, restaurar, renovar o Estado brasileiro.
* Marcelo Kieling é jornalista, bacharel em Ciências Contábeis e especialista em Marketing
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