Helio SeccoDivulgação

Nos últimos dias tive conhecimento sobre a bem-vinda iniciativa de criação de um novo parque municipal na cidade do Rio de Janeiro. Batizado inicialmente como Parque Municipal Natural Perilagunar da Lagoa do Camorim, ele está proposto para ocupar uma área de 220 mil metros quadrados, próxima da Vila do Pan, se estendendo ao longo às margens do canal de ligação entre a Lagoa de Jacarepaguá e a Lagoa da Tijuca, denominado Lagoa do Camorim.
O projeto de lei para sua criação foi idealizado pelo biólogo mais atuante e reconhecido da cidade, principalmente pela defesa das lagoas e mangues, Mário Moscatelli. O momento para tal proposição se mostra extremamente oportuno em razão dos avanços promovidos pela concessionária de saneamento na mesma região, a qual vem implementando um extenso reflorestamento de mangue nas margens da lagoa, além da dragagem e desassoreamento do canal.
O projeto deve tramitar por, pelo menos, algumas semanas na câmara de vereadores até que seja debatido, eventualmente aprimorado e, finalmente aprovado. Torço para a sua rápida aprovação, pois ainda terão outras etapas por vir para que este parque seja um instrumento efetivo de conservação e desenvolvimento sustentável para a região.
Após a aprovação, caberá ao poder executivo municipal empregar esforços e recursos necessários em sua efetiva implantação, não só documental, mas em termos de infraestrutura física mínima, como placas de sinalização delimitando seus domínios, trilhas ou píer de acesso, bem como algum posto fiscalizatório no local. Feito isso, ainda avançar para a etapa de elaboração do plano de manejo do parque, um instrumento de gestão fundamental para toda unidade de conservação, o qual dispõe de diversas informações sobre as características da unidade e o regramento das atividades permitidas em seu interior.
Neste caso, a unidade de conservação do tipo parque, permite atividades de uso indireto dos recursos naturais como por exemplo atividades ecoturísticas de visitação. Entre as atividades que se enquadram neste tipo de turismo e que esta área tem potencial de receber, podemos listar o turismo de observação de aves, passeios de barco para contemplação de florestas de mangue, trilhas guiadas em meio ao manguezal, além de promover oficinas de educação ambiental com crianças.
Todas essas atividades associadas ao ecoturismo podem ser ótimas oportunidades de geração de emprego e renda, conciliados a preservação ambiental. Fica aqui a minha sugestão para que o futuro plano de manejo deste parque preveja a alternativa de tais atividades serem oferecidas por meio de serviços de concessão sob responsabilidade de empresas especializadas que já tenham demonstrado sua capacidade em locais com características semelhantes. Isso abriria caminho para que a Prefeitura iniciasse os estudos necessários ao delineamento de editais de concorrência para cada um dos serviços a serem oferecidos em seu interior.
Assim, dentro de poucos meses após a sua criação, o parque já poderia estar equipado e atrativo ao público, e poderíamos ter um belo exemplo carioca de desenvolvimento sustentável planejado colocado em prática, conciliando aspectos sociais, econômicos e ambientais.