Helio SeccoDivulgação

A rodovia BR-101 é uma das vias terrestres mais importantes do país, ligando desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Sendo assim, fundamental para o transporte de cargas e pessoas no eixo norte-sul do território brasileiro.
Especialmente em um dos seus trechos que adentram o estado do Rio de Janeiro, mais precisamente nos 72 quilômetros entre as cidades de Casimiro de Abreu e Rio Bonito, a concessão responsável pela sua administração vem implementando medidas que a aproximam de uma rodovia sustentável, no sentido amplo da palavra.
Nos últimos anos este trecho rodoviário, reduziu o tempo de viagem com as obras de duplicação e modernização, o que contribui diretamente para o desenvolvimento econômico, não só da região, que se beneficia com as pessoas transitando mais facilmente entre cidades próximas que têm a economia conectada, mas das localidades Brasil afora que dependem que produtos e matérias-primas cheguem até elas, passando por esta via. Do ponto de vista humano e social, a rodovia BR-101/RJ Norte como um todo, também se aprimorou à medida que reduziu o número de acidentes de trânsito, elevando a segurança viária para as pessoas que a utilizam, principalmente daquelas que necessitam dela frequentemente em sua rotina. Mas o que mais chama a atenção de quem trafega por este trecho são as notórias estruturas de travessia para a fauna e cercas de proteção ao longo do percurso.
Estamos falando de um traçado rodoviário, localizado numa parte central de nosso estado, que atravessa região dotada de florestas, muitas delas protegidas pela presença de diferentes unidades de conservação. Entre essas unidades temos a Reserva Biológica União, entre os municípios de Rio das Ostras e Casimiro de Abreu, a Reserva Biológica Poço das Antas, localizada em Silva Jardim, e a Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João, que se distribui por vários municípios. A região é responsável pelo abastecimento hídrico populacional, e os rios, com destaque para o São João, são beneficiados pelo alto grau de preservação florestal. Consequentemente a região também é extremamente rica em biodiversidade, incluindo diversas espécies raras ou ameaçadas de extinção, como por exemplo o mico-leão-dourado.
Neste contexto, a gestão da rodovia BR-101/RJ Norte também vêm aprimorando sua performance ambiental, uma vez que investiu na instalação de mais de 30 quilômetros de cercas de proteção que objetivam direcionar os animais selvagens para as 37 passagens de fauna de diferentes tipos e tamanhos que foram construídas, o que a tornou uma das rodovias com mais medidas ambientais protetivas do país. Além de contribuir para a conservação das espécies, esta abordagem previne possíveis acidentes oriundos do risco de colisão entre veículos e a fauna local.
Tendo em vista a antiga percepção popular de rodovia perigosa de pista simples única, de alta movimentação de caminhões, cheia de buracos, carente de sinalização, e sem acostamento, depois de 16 anos de gestão concedida pelo Governo Federal ao concessionário, podemos concluir que a sociedade fluminense passou a ter uma rodovia moderna, indutora do desenvolvimento sustentável (de fato) para a região.
 
* Helio Secco é Doutor em Ciências Ambientais pela UFRJ, graduado em Administração Pública, e empreendedor na área de consultoria ambiental