Alexandre HugueneyDivulgação

Antes de tudo, vamos tecer considerações sobre a física quântica. A mecânica quântica (também conhecida como física quântica, teoria quântica, modelo mecânico de ondas e mecânica de matriz) é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atômica, tais como moléculas, átomos, elétrons, prótons e de outras partículas subatômicas, muito embora também possa descrever fenômenos macroscópicos em diversos casos. As afirmações da física quântica – que trabalha o infinitamente pequeno e o infinitamente grande – parecem à primeira vista não fazer muito sentido quando olhamos o mundo na escala humana.
Tudo começa com o cientista alemão Max Planck, considerado o pai fundador da teoria quântica, que em 1897 partiu para um projeto pessoal tentando provar que átomos não existem. Mas independente disso, ele foi capaz de explicar seus resultados ao afirmar que a energia no universo é absorvida pelos átomos, ou irradiada por eles, não de forma contínua, mas somente em determinadas quantidades pré-estabelecidas. Planck publicou seus achados em 14 de dezembro de 1900, data hoje considerada o nascimento da mecânica quântica. Em 1905, ainda um jovem de 26 anos, Einstein publicou quatro artigos que não somente revolucionaram a Física, como também mais tarde viriam a ser fundamentais para a ciência moderna. Dentre essas produções, podemos destacar seus estudos sobre a natureza da luz. Um dos poucos teóricos sobre a mecânica quântica que não veio da Alemanha, Niels Bohr nasceu em Copenhagen, na Dinamarca. Sua principal contribuição para o campo aconteceu em 1913, quando utilizou uma combinação das teses de Planck e Einstein para explicar diversos fenômenos da física, como a eletroscopia, por exemplo, além de aperfeiçoar o modelo atômico para como o conhecemos até hoje.
Muito do debate sobre o que veio a ser conhecido na história como mecânica quântica clássica veio a acontecer somente depois do fim da década de 1910, com Einstein sendo premiado por seu trabalho neste campo com o Prêmio Nobel de Física em 1921 e seu amigo/rival dinamarquês sendo igualmente premiado no ano seguinte. Planck, Einstein e Bohr são apenas alguns dos vários nomes que contribuíram para o período conhecido na física como quântico clássico, que perdurou até meados da década de 1920. Uma das bases da física quântica é que tudo é, ao mesmo tempo, matéria e energia. Foi dessa descoberta que nasceram todas as mudanças na física que vêm sacudindo a visão de mundo estabelecido.
Muitos dispositivos eletrônicos modernos são projetados usando a mecânica quântica. Exemplos incluem o laser, o transistor (e, portanto, o microchip), o microscópio eletrônico e a ressonância magnética. Uma história “quântica”, incorporaria a dimensão imaterial, energética, do mundo. Como exemplo, abordaria a influência do inconsciente coletivo nos processos históricos ou a tendência cósmica de equilíbrio Yin – Yang, chegando-se ao Tao. Outra base importante da física quântica diz que o olhar do observador define a realidade. Assim: o mundo é o que a gente vê! A construção da realidade inclui à vontade e ação de cada pessoa e um pequeno grupo pode propiciar um salto quântico, se as condições são dadas. Juntando a isso à idéia dos “desígnios do Universo”, pode-se olhar a História de diferentes maneiras e deduzir a direção que ela está tomando.
Improváveis saltos quânticos em direção a mais democracia, ecologia e justiça são prováveis, sobretudo se pensarmos que estamos indo em direção a uma civilização mais coerente. Passando ao enfoque da espiritualidade: a ciência e a espiritualidade parecem estar em lados totalmente opostos. Mas de algumas décadas para cá, um novo ramo da ciência tem mudado isso: a física quântica. Se a filosofia e a psicologia já falavam sobre o mundo da mente e aspectos do ser que são subjetivos e não físicos, agora a física quântica parece dar um passo nessa direção.
Para quem já teve experiências espirituais, isso não muda muita coisa, pois os efeitos vão continuar os mesmos. Somos mais poderosos do que imaginamos. Acredite nisso. O cérebro, assim como as células e os átomos ainda guardam mistérios que no futuro serão revelados e provados. Porém, se acreditarmos que tudo é possível na área energética, este futuro pode se transformar no agora. Com o avanço desses estudos, talvez o número de pessoas interessadas em práticas espirituais possa aumentar e, quem sabe, a espiritualidade e a ciência estejam caminhando para ficarem cada vez mais próximas.
O saber é muito relativo, pois depende de quatro variáveis: A inteligência, a cultura, a percepção e a humildade. “Sei que nada sei e até disso duvido.” – Sócrates. “Ser ou não ser, eis a questão” – Shakespeare. Prezados leitores, as duas frases acima sintetizam a ciência e o despertar do saber, com o apoio da física quântica.

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