Mensagens registradas no WhatsAppFoto: Reprodução
Caso de bullying entre alunos de colégio de Petrópolis é investigado pela polícia
Situação foi entre alunos do 8º ano do Ensino Fundamental
Petrópolis - A Polícia Civil está investigando um caso de bullying com incitação à automutilação ocorrido no Colégio Ipiranga, em Petrópolis. O caso ocorreu em um grupo de WhatsApp de alunos do 8º ano do Ensino Fundamental.
Nas mensagens, o autor diz que a vítima deve engolir uma "lâmina de três pontas", caso contrário ele faria um "doxxing", como é conhecido o ato de expor informações privadas de terceiros, com o objetivo de criar situações vexatórias ou colocar a integridade física da pessoa em risco. Apesar disso, o estudante não chegou a se mutilar e o caso está sendo investigado pela 105ª DP.
O colégio se manifestou afirmando que as ameaças ocorreram em um grupo que não é gerenciado pela instituição e que, assim que soube dos fatos, através dos pais do aluno que foi vítima, realizou uma reunião com os pais do aluno apontado como o autor. Além disso, conversas também ocorreram com os estudantes envolvidos.
MPRJ pede esclarecimentos
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que instaurou um inquérito civil para apurar a conduta do Colégio Ipiranga com relação ao ocorrido. O objetivo é entender as medidas adotadas pela instituição no caso e verificar as ações que têm sido tomadas para combater a prática de bullying e cyberbullying no ambiente escolar. O colégio tem cinco dias úteis para se manifestar.
Câmara também acompanha o caso
A Câmara Municipal de Petrópolis, através da Comissão de Educação, Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos abriu um contato, por meio do número (24) 99211-7520, para denúncias a respeito do tema. Além disso, a comissão também irá avaliar a atualização da lei municipal 6858/2011, que estabelece as medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar na rede municipal de ensino. As medidas foram anunciadas pela presidente da Comissão, vereadora Professora Lívia Miranda; e pelo vereador, Thiago Damaceno, que também integra a comissão.
Confira a nota do Colégio Ipiranga na íntegra:
"O Colégio Ipiranga repudia as afirmações errôneas que associam a instituição educacional a esta denúncia de cyberbullying, que será apurada pelo órgão competente.
Esclarecemos que as ameaças se deram através do WhatsApp, em um subgrupo dos alunos da turma em que estão inseridos ambos os alunos e que não é gerenciado pelo Colégio Ipiranga. Informamos que tomamos conhecimento do fato em questão através do responsável pelo aluno vítima do cyberbullying, no dia 20 de fevereiro de 2025. Até esta data, nunca havíamos tido conhecimento de quaisquer ameaças ou mesmo implicâncias por parte de qualquer aluno em relação a este. Em seguida, na mesma data, enviamos uma solicitação aos pais do aluno indicado como agressor, para uma reunião no Colégio, que ocorreu no dia 24 de fevereiro de 2025. Nesta reunião, comunicamos todo o acontecido aos responsáveis pelo aluno que praticou o bullying.
Conversamos separadamente com ambos os alunos a respeito da gravidade da situação e alertamos os professores e auxiliares de disciplina para a necessidade de reforçarmos a atenção em relação à essa ação condenável.
O Colégio Ipiranga atua em Petrópolis há 58 anos, crescimento pautado em valores morais e éticos que não condizem com ações como esta. Entre nossas prioridades do Regimento Interno está o respeito aos professores e colegas. Lamentamos profundamente o ocorrido e nos comprometemos a reforçar nossas ações educativas a respeito do tema. Salientamos, ainda, que há anos não é permitido o uso de celulares durante o horário das aulas. Sem mais para o momento, nos colocamos à disposição para qualquer outro esclarecimento."
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