O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação oficial, ficou em 0,99% em fevereiro. O resultado é 0,41 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de janeiro, que foi de 0,58%. Trata-se da maior variação para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%). Os valores impactaram principalmente a educação.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e apontam que os gastos com educação subiram 5,64%, valor impulsionado pelos reajustes de início de ano dos cursos regulares. As maiores variações aconteceram nos ensinos Fundamental (8,03%), Pré-escola (7,55%), Médio (7,46%), Creche (6,47%) e Superior (5,90%). Curso técnico e pós-graduação subiram 4,40% e 2,93%, respectivamente.
Outros oito grupos, de um total de nove analisados pela pesquisa, tiveram aumento de preços. A exceção foi saúde e cuidados pessoais, que teve uma diminuição de 0,02% dos preços após a alta de 0,93% verificada em janeiro.
Os gastos das famílias também aumentaram 1,20% com alimentos e bebidas. As principais variações aconteceram entre os vegetais, como a cenoura (49,31%) e a batata-inglesa (20,15%). O grupo de alimentos e bebidas tem o maior peso no IPCA-15, com cerca de 21% do total.
Com alta de 0,87%, a categoria transportes teve destaque com os veículos próprios (2,01%): automóveis novos (2,64%), motocicletas (2,19%) e automóveis usados (2,10%). Por sua vez, os combustíveis registraram estabilidade em fevereiro. Enquanto o óleo diesel (3,78%) e a gasolina (0,15%) subiram, o etanol (-1,98%) e o gás veicular (-0,36%) registraram queda.
Os Demais grupos tiveram variações entre 0,15% de habitação e 1,94% de artigos de residência.
Com exceção de Porto Alegre (-0,11%), todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. O maior resultado ocorreu na Região Metropolitana de São Paulo (1,20%), influenciado pelas altas dos cursos regulares (6,39%) e dos automóveis novos (2,24%). Já na Região Metropolitana de Porto Alegre (-0,11%), o resultado foi influenciado pela queda na energia elétrica (-7,05%) e na gasolina (-4,89%).
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,58% e, em 12 meses, de 10,76%, acima dos 10,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2021, a taxa foi de 0,48%.
Maissobre o IPCA-15
O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) produz contínua e sistematicamente índices de preços ao consumidor. Com divulgação na internet, iniciada em maio de 2000, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) difere do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apenas na abrangência geográfica e no período de coleta, que costuma acontecer do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência.
Atualmente a população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos de um a 40 salários-mínimos, independente da fonte, que morem em uma das 11 áreas urbanas abrangidas pelo SNIPC, que são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
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