Publicado 04/02/2020 09:27 | Atualizado 04/02/2020 09:36
Rio - Cerca de uma hora depois de anunciar que a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Guandu iria voltar a funcionar por volta das 8h desta terça-feira, o governador Wilson Witzel (PSC) voltou atrás. Às 7h45 pelo Twitter, o governador havia anunciado o retorno das atividades na estação. No entanto, às 8h45, ele disse que "técnicos seguem trabalhando" no local.
"Mantendo meu compromisso com a transparência, atualizo a informação sobre o Guandu. Por motivos técnicos, a captação de água na ETA Guandu ainda não foi retomada. Os técnicos seguem trabalhando e as informações serão prontamente dadas pela Cedae", o governador postou.
A estação do Guandu, que fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, está com as atividades paralisadas desde ontem, após a Cedae detectar detergente próximo à área de captação de água da estação.
POLÍCIA NO GUANDU
Policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) estiveram na estação de Guandu menos de 24 horas depois de a Cedae anunciar a paralisação da ETA. Ainda não há informações sobre o motivo da visita dos agentes.
A DDSD já esteve em Guandu em outras duas ocasiões, durante as investigações sobre um possível envolvimento externo na qualidade da água da Cedae. Vários funcionários da companhia, dentre eles o presidente Hélio Cabral, chegaram a ser ouvidos no inquérito aberto pela Polícia Civil.
A crise hídrica que culminou com uma investigação policial começou no início de janeiro, quando moradores da capital e da Baixada começaram a reclamar que a água que chegava às casas deles estava barrenta e com cheiro ruim. Depois da reclamação, a Cedae informou que técnicos da companhia detectaram a presença de geosmina (substância orgânica produzida por algas) na água e que ela não representa nenhum risco à saúde dos consumidores.
Para resolver o problema da geosmina, a companhia passou a usar, desde o dia 23 de janeiro, carvão ativado purificado no tratamento da água da estação de Guandu. A Cedae também começou a despejar argila ionicamente modificada na lagoa próxima à captação de água. A medida é para diminuir a proliferação das algas que liberam a geosmina.