Operação da Polícia Civil no JacarezinhoReginaldo Pimenta / Agência O DIA
Por O Dia
Publicado 06/05/2021 09:32 | Atualizado 06/05/2021 20:49
Rio - Uma moradora do Jacarezinho que tinha agendado na manhã desta quinta-feira (6) o seu casamento em um cartório no Méier ficou com as esperanças de realizar um dos maiores planos da vida dela em risco por conta do intenso tiroteio que aconteceu no local. Ela disse que precisava chegar no máximo até 10h ao local da cerimônia, mas que não conseguia sair de casa devido ao cenário de guerra dentro da comunidade. A noiva conseguiu se casar, ainda na manhã de hoje. 

“O tiroteio começou às 6h da manhã, a gente acordou com essa guerra, eu pensei que fosse passar rápido, porém a operação continuou e eu ainda estou na esperança de conseguir sair para poder casar. Demorou mais de um mês para conseguirmos agendar uma data, combinamos tudo certinho e aconteceu isso. Eu preciso chegar no máximo até 10h no cartório, tentei ligar pra lá e não consegui. Se eu não chegar a tempo, não sei dizer se vou precisar realizar outro pedido. Eu estou muito mal, quero chorar o tempo todo”, afirmou a moradora por volta das 9h. O nome dela não será revelado por questão de segurança.

Ela disse que mora junto com o seu companheiro, que estava em outro lugar no momento. Os dois tinham combinado desde o início do relacionamento que a data certa para o casamento seria no dia 6 de maio de 2021.

“Estamos juntos há dois anos e, em janeiro, ele me pediu em noivado no meio de todo mundo num restaurante. Desde quando nos relacionamos, escolhemos que a data seria no dia 6 de maio de 2021 como a data do nosso casamento, não sei por que, mas ficamos com a data na cabeça. E hoje, no dia que queremos que aconteça, está essa situação que não conseguimos sair de casa para realizar o nosso tão sonhado e planejado casamento”, desabafou.

A situação ocorreu por conta de uma operação policial no Jacarezinho. Três policiais civis foram baleados e um deles, atingido na cabeça, não resistiu e morreu. A circulação de trens e metrô também foi afetada durante a manhã e dois passageiros foram feridos.
Outra moradora também enfrentou problemas por conta do intenso tiroteio. Ela estava grávida e tinha uma cesariana agendada durante a manhã, mas não conseguiu sair de casa devido a insegurança. A operação deixou 25 mortos.
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