Wallace da Silva Braga, irmão do miliciano EckoDivulgação / Portal dos Procurados
Por O Dia
Publicado 18/06/2021 11:00
Rio - A defesa de Wallace da Silva Braga, um dos irmãos do miliciano Welligton Silva Braga, o Ecko, morto no último sábado, entrou com um pedido de habeas corpus na 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para que ele seja solto. Segundo o TJRJ, ainda não há data agendada para o julgamento do pedido. Wallace, conhecido como Batata, foi preso por policiais da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) no dia 11 de maio, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.
Batata cumpre pena na prisão de segurança máxima, no Complexo de Gericinó, em Bangu. A medida foi necessária porque logo após a sua captura, antes mesmo dos agentes chegarem com o irmão de Ecko na delegacia, o setor de inteligência da Polícia Civil descobriu que milicianos planejavam resgatá-lo. Wallace foi considerado um preso de alta periculosidade.
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Batata já chegou a ter um mandado de prisão preventiva por organização criminosa, em 2018, mas foi revogado.

Foi necessário um esquema de escolta especial para levá-lo ao Instituto Medico Legal (IML) para exames e depois para o Presídio de Benfica, onde é feita a triagem. Batata foi destinado para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1. A unidade abriga os bandidos mais perigosos do Rio.

De acordo com a Draco, Wallace já foi apontado como um dos homens de confiança de seu irmão, e responsável pela cobrança do gatonet em todas a região onde Ecko atuava: Santa Cruz e Campo Grande. Ao ser preso, Batata tentou tomar o fuzil de um dos agentes e ameaçou a equipe policial, de acordo com a Polícia Civil.
Morte do miliciano mais procurado 
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Wellington da Silva Braga, o Ecko, foi capturado na manhã de sábado (12) durante uma operação da Polícia Civi, no bairro de Paciência, na Zona Oeste do Rio. Ele teria ido para casa para passar o Dia dos Namorados com a esposa e os filhos. Durante a operação o miliciano foi baleado e levado para para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. 
A operação batizada de 'Dia dos Namorados' é parte da Força-Tarefa de Combate às Milícias, criada em outubro de 2020, com o objetivo de asfixiar o braço financeiro das organizações criminosas. Ela foi concluída após uma ação sigilosa da polícia e com a ajuda de informações do setor de inteligência da corporação. Poucos agentes sabiam da ação, para evitar que a operação vazasse. Ecko já havia conseguido fugir de diversos cercos da polícia por ter informantes nas corporações.
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Com a morte de Ecko, a Polícia Civil já sabe quem podem ser os possíveis herdeiros na linha sucessória do grupo controlado pelo miliciano, que tinha sob seu domínio territórios extensos na Zona Oeste e Baixada Fluminense. O DIA apurou que entre quatro nomes, dois são irmãos de Ecko, o que daria o pontapé a uma terceira geração do crime na família Silva Braga - o irmão de Ecko, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, foi o principal nome da milícia até sua morte, em abril de 2017.
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'Garça' e 'Latrel', homens de confiança, podem assumir o poder, mas Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e Wallace da Silva Braga, o Batata, irmãos de Ecko, também estão na 'linha sucessória' da milícia. Em coletiva no sábado (12), o delegado da Draco, William Pena, afirmou que haverá representação para que Wallace vá para um presídio federal.
"Ao longo de vários meses, nós fomos montando esse quebra-cabeça que é a milícia do estado. Eles se antecipam normalmente em relação as nossas equipes, até em relação a aeronave", disse Pena. "A investigação continua.O irmão dele foi preso e tentou tomar o fuzil de um dos policiais da Draco. Vamos representar que ele vá para presídio federal, considerando que ele pode estar na linha sucessória".

Ecko ganhou a liderança da maior milícia do estado quando o irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, foi morto em uma operação policial, em abril de 2017. Desde então, Ecko expandiu seu território e fechou parcerias com traficantes de diferentes pontos do Rio e da Região Metropolitana.
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