Publicado 20/09/2022 14:03
Rio - A mãe do adolescente João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, morto após se atropelado por Bruno Krupp, se tornou assistente de acusação no processo que investiga o crime. Mariana Cardim Lima, 39, foi aceita pelo juiz Gustavo Gomes Kalil em 9 de setembro. A informação foi confirmanda nesta terça-feira (20) pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Filho único, a vítima atravessava a Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, quando foi atingida pelo modelo, que estava em uma motocicleta sem placa e em alta velocidade.
O magistrado justificou a decisão pelo vínculo de parentesco entre Mariana e João Gabriel. Na função, a mãe da vítima terá como atribuição principal auxiliar o Ministério Público do Rio (MPRJ) na acusação das ações penais públicas. Em 26 de agosto, Bruno Krupp virou réu por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, depois que a Justiça aceitou denúncia do MPRJ pela morte do adolescente. Atualmente, ele cumpre prisão preventiva em Bangu 8, no Complexo de Gericinó.
Em 27 de julho, três dias antes do acidente, o modelo foi parado em uma blitz da Lei Seca, sem habilitação, com a mesma moto sem placa e, na ocasião, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. Apesar de estar sem identificação, no registro do Departamento de Trânsito do Rio (Detran), o veículo pertence ao modelo. Ao pedir sua prisão, a Justiça do Rio relembrou o episódio e reforçou que não foi suficiente para o influenciador rever suas atitudes, o levando a cometer mais uma conduta ilegal, desta vez, fatal.
Krupp também é reu por aplicar um golpe contra o Hotel Nacional, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. O caso vinha sendo investigado desde 2021, quando o influenciador pagou diárias no estabelecimento com cartões de crédito clonados ou roubados. Ele e o sócio se passavam por agentes de viagem e vendiam hospedagens mais baratas do que os preços praticados pelo estabelecimento. Ao realizar as vendas, eles as pagavam usando cartões de terceiros, que não reconheciam a compra e impediam que o valor fosse repassado. O prejuízo estimado é de mais de R$ 400 mil.
Relembre o caso
João Gabriel e Mariana voltavam de uma confraternização familiar na noite de 30 de julho, um sábado, e decidiram ir até a Praia da Barra da Tijuca, antes de seguirem para casa. Ao atravessarem a Avenida Lúcio Costa, o adolescente acabou sendo atingido por Bruno Krupp que, mesmo sem habilitação, conduzia uma motocicleta sem placa, à 150 km/h, em uma via em a velocidade máxima permitida é de 60 km/h.
Com o impacto do atropelamento, a vítima teve uma perna amputada. João e Bruno foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na mesma região. A vítima chegou a ser levada para o centro cirúrgico da unidade de saúde, mas não resistiu. O modelo foi atendido e deixou o local no dia seguinte.
A Justiça do Rio expediu um mandado de prisão preventiva contra o modelo, que foi encontrado somente em 3 agosto, internado no Hospital Marcos Moraes, no Méier, e chegou a ser transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do local, depois que um médico contratado por sua família indicou um suposto problema nos rins e a necessidade do influenciador ser submetido a uma hemodiálise, além de exames, o que impediria de ir para a cadeia.
A Polícia Civil indiciou profissional, identificado como Bruno Nogueira Teixeira, por fraude processual. Após deixar o hospital, Krupp foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Hamilton Agostinho Vieira de Castro, dentro do Complexo de Gericinó, onde recebeu antibióticos e tratou das lesões da pele provocadas pelo acidente. O reú teve alta no último dia 31 e foi transferido para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, após sua defesa apresentar o diploma de nível superior.
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