Publicado 25/09/2022 13:17
Rio - Após uma semana de intensos confrontos, a Polícia Militar mantém, neste domingo (25), o reforço no patrulhamento dos morros do Dezoito, Fubá e Campinho, Caixa D'Água e Saçu, todos na Zona Norte do Rio. Na região, grupos de criminosos rivais travaram uma guerra pelo controle total do Morro do Fubá, entre os bairros de Cascudura e Campinho, que atualmente tem sua parte alta dominada pelo Comando Vermelho e a baixa pela milícia do Tico e Teco.
Na manhã de hoje, o Batalhão de Ações Com Cães (BAC) reforça o policiamento no Morro do Dezoito, onde, até o momento, não há registro de prisões, apreensões ou novos confrontos. Já o 9º BPM (Rocha Miranda) realiza patrulhamento nos morros do Fubá, Campinho, Caixa D'Água e do Saçu. Não há informações sobre troca de tiros, presos ou material ilícito encontrado.
Na última sexta-feira (23), uma operação da PM no Morro do Dezoito terminou com um suspeito baleado, provocando um protesto que teria sido ordenado por traficantes da comunidade. Na ocasião, militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram flagrados agredindo mototaxistas com socos e pontapés. As circunstâncias do ataque são investigadas pela corporação.
A ação foi realizada por conta da tentativa de criminosos do Morro do Dezoito tomarem o Morro do Fubá. Ao longo de toda a semana, foram registrados confrontos na comunidade, que está ocupada pela Polícia Militar desde a morte do turista americano Trey Thomas Joseph Barber, 28, no início de agosto, vítima de uma bala perdida durante uma troca de tiros na região.
Desde o início do ano, o Comando Vermelho e a milícia do "Tico e Teco", chefiados pelos irmãos Leonardo Luccas Pereira, o "Leléo" ou "Tico", e Diogo Luccas Pereira, o "Teco" ou "Playboy", que está preso desde 2020, tentam assumir o domínio completo do Morro do Fubá. O local era comandado pelos paramilitares, mas a traição de um integrante da organização criminosa facilitou a invasão dos traficantes, liderados por Rafael Cardoso Valle, o "Baby", gerente do Morro do Dezoito.
Os moradores da comunidade, que acabou sendo apelidada de "Fubaquistão", tiveram suas rotinas completamente afetadas pelos constantes confrontos entre os traficantes e os milicianos. Relatos dão conta de que, tanto quem vive no Morro, quanto nas ruas do entorno, fica impedido de sair para trabalhar ou estudar devido às intensas trocas de tiros. Serviços como transporte escolar, por aplicativo e fornecimento de internet também não querem mais atuar nos bairros próximos como Cascadura e Campinho.
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