Dona Marian ficou duas semanas internadas no Souza Aguiar e não resistiu aos ferimentosDivulgação

Rio - A idosa Maria de Fátima Moreira Barreto, 71 anos, uma das vítimas do acidente na escada rolante da estação de metrô Estácio, no Centro, morreu na sexta-feira, dia 3. Ela deu entrada no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, no dia 20 de janeiro, com fraturas nas pernas, e ficou internada por 15 dias, mas não resistiu à cirurgia. A sobrinha, Fabiane Gonçalves, contou que dona Maria teve quatro paradas cardíacas durante o procedimento, entrou em coma e chegou a ser entubada, mas acabou falecendo.
Ainda segundo Fabiane, a idosa ficou uma semana no hospital aguardando pela cirurgia, que acabou sendo cancelada e marcada apenas na quinta-feira, 2. "Eles disseram no hospital que ficou tarde para fazer a operação e marcariam para a semana seguinte, mas não quiseram agendar nos dias próximos. Nós ficamos chateados, podiam tê-la operado mais rápido. Ela não tinha problemas de saúde, era uma mulher ativa, alegre e estava até planejando comemorar o aniversário dela, no dia 24 de janeiro, em casa", desabafa.
A direção do Hospital Municipal Souza Aguiar ressaltou que as cirurgias são realizadas com prioridade para os casos de maior urgência e gravidade, conforme a classificação de risco.
Advogada de outras nove vítimas do acidente, Fabiane contou que a idosa, moradora do bairro de Vicente de Carvalho, na Zona Norte, tinha marcado com a irmã e um grupo de amigas para visitarem museus no Centro do Rio. A sobrinha reclamou da falta de estrutura e organização do MetrôRio e disse que vai processá-los.
"Eu estava na estação esse dia, mas não sabia que ela e a minha mãe estavam lá. Disseram que houve arrastão, mas é mentira. A escada rolante parou e voltou na direção contrária. E o movimento era intenso, porque as pessoas estava indo para festas, blocos, praia, pessoal indo trabalhar, então a minha tia foi de cara no chão e ficou pior que os outros. Ela quebrou dois ossos das pernas e fissurou a bacia, além de ter ficado com vários hematomas. Eu pedi para o metrô transferi-la para um hospital particular, mas fui ignorada", conta.
Em nota, o MetrôRio informou que está em contato com a família da vítima para prestar suporte. "No dia da ocorrência, a equipe da concessionária, assim como o Corpo de Bombeiros e o Samu, prestaram todo o atendimento aos clientes. Após o ocorrido, o aparelho de mobilidade foi minuciosamente inspecionado e não apresentou falhas no seu funcionamento. O mesmo foi periciado pela Polícia Civil, que investiga o acidente, e liberado para o funcionamento", afirmou.
Reportagem de Mauro Touguinhó