A menina foi resgatada nesta terçaReprodução

Rio - Após 10 dias longe de casa, a menina de 12 anos, encontrada no Maranhão após ter sido sequestrada em Sepetiba, na Zona Oeste, chegará ao Rio no fim da tarde desta quinta-feira (16). A menina, que desapareceu no último dia 6, ficou em cárcere privado até esta terça-feira (14) quando foi resgatada. O suspeito pelo sequestro, Eduardo da Silva Noronha, 25 anos, está preso.

Os dois teriam marcado um encontro pela internet quando a menina foi levada para o Maranhão. Segundo investigações, eles teriam ido em um carro de aplicativo que foi contrato pelo suspeito por R$ 4 mil. A viagem dura cerca de 43 horas. O que ajudou a descobrir o paradeiro da menina foi que ela conseguiu fazer contato com a irmã 4 dias depois do sequestro após entrar em uma loja e acessar o wifi.
O suspeito havia marcado um encontro com a vítima pela internet - Divulgação
O suspeito havia marcado um encontro com a vítima pela internetDivulgação


A Polícia Civil do Maranhão ainda divulgou imagens do local onde encontraram a vítima. De acordo com a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP/SHPP) ela estava sendo mantida isolada em uma quitinete trancada no bairro Vila Luizão. Segundo investigações, o homem teria vindo ao Rio de Janeiro para buscá-la.
Em entrevista à TV Globo, o delegado do Maranhão, Marcone Matos, detalhou as investigações que levou a polícia até a adolescente. “A descoberta do paradeiro ocorreu através de uma troca de informações com a Polícia Civil do Rio. Além disso, após o contato da menina com a irmã, começamos a mapear a região e ao descobrir que ela estava em uma quitinete fomos em várias até a encontrar. Descobrimos também que ao chegar em São Luís, ele deu um telefone novo para ela e ficou com o dela para poder controlar as mensagens que ela receberia”, disse.

O delegado contou ainda que a Polícia Civil tenta identificar o motorista de aplicativo que fez o transporte. ”A gente acredita que o motorista possa ser do Rio de Janeiro. Ele (o suspeito) optou por esse transporte porque ela não poderia ir de avião e nem de ônibus porque estava sem documentação”, explicou.

De acordo com Marcone, ao realizar contato com a família, a menina disse estar arrependida de ter embarcado na viagem e chorava muito dizendo que queria voltar para casa.

“Quando chegamos na quitinete, ela estava sozinha, explicamos que éramos, que estávamos em contato com a família dela e a resgatamos. Lá, os próprios vizinhos que acharam a situação estranha falaram onde o suspeito trabalhava. Depois que o prendemos e resgatamos a menina, os dois não tiveram mais contato”, explicou.


Em relação ao crime de estupro de vulnerável, o delegado informou que o caso está sob segredo de Justiça, mas falou sobre os crimes que Eduardo pode responder.

“A princípio, ele foi autuado por cárcere privado com agravante da vítima ser menor de 18 anos, mas se ele fez algum documento falso pra ela nesse processo também pode ser autuado por isso e por fim, se for comprovado, por estupro de vulnerável. Em depoimento, ele disse que a beijou e se mostrou surpreso com a prisão”, finalizou.
Ainda nesta quinta (15), o pai da menina, Alessandro Alves de Assis Santana, de 36 anos, fez um apelo nas redes sociais para pedir ajuda para custear a volta da filha para o Rio. Ele disse que já havia garantido sua passagem de ida para buscar a filha, mas ainda não havia conseguido as passagens de volta para casa.

Relembre o caso

A menina estudava na Escola Municipal Ginásio Professor Neemias Rodrigues de Mello, em Sepetiba. Segundo a família, ela saiu de casa, por volta das 6h30, da última segunda-feira (6), usando o uniforme e a mochila, mas não retornou. A direção da unidade escolar comunicou aos responsáveis que a aluna não participou das aulas. Conforme familiares, a adolescente foi vista, pela última vez, conversando com um homem desconhecido nos arredores do colégio.

Além do uniforme, a adolescente também levava na mochila um vestido rosa e um tênis novo. O aparelho celular da estudante foi desligado. De acordo com relatos da família, uma colega da escola confirmou que a adolescente estava se relacionando de forma virtual com um rapaz, que pretendia ir com ele para Minas Gerais, mas não imaginava que tomaria uma atitude tão arriscada.

Uma foto enviada pelo celular da menina uma prima, um dia depois do desaparecimento, levantou suspeitas. Na imagem, encaminhada um dia depois do seu paradeiro, a adolescente aparece com óculos de grau, dentro de um carro e com o olhar triste. A foto foi enviada com uma mensagem de texto supostamente escrita pela própria menina.