Era apenas um ao vivo por Skype, para falar sobre o caso da semana: a menina de 12 anos, desaparecida e encontrada no Maranhão.

Mas, no momento em que a conselheira tutelar entrou no ar comigo, no SBT-Rio, eu não consegui deixar de reparar nas condições do local onde ela estava falando… A sede do Conselho Tutelar na Zona Oeste!
Fios desencapados, infiltrações nas paredes… Quando um funcionário fechou a porta, piorou! Metade dessa porta não existia, a madeira estava toda lascada.

Falamos sobre o caso da menina, e o atendimento vai ser feito, importante, com outros órgãos no entorno dela, mas eu não tive como não denunciar o descaso!

O Conselho Tutelar não pode ser jogado às traças, é um local de acolhimento, de denúncias de violências às crianças, e até mesmo acompanhamento escolar delas.

Pra se ter uma ideia, o Conselho Tutelar do qual conversamos com a conselheira Keila Bagarelli atende toda a região de Sepetiba, Santa Cruz e Paciência, de 20 a 25 famílias, fora os atendimentos por e-mail, pelo 1746 e outros canais…

É um absurdo que um local como esse não esteja preparado, de forma física, para atender essas crianças!

Se fisicamente a gente já viu a destruição e o abandono, você imagina como a população, que é quem mais precisa disso, vai conseguir?

Lembrando que, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, todos têm direito à saúde, à educação, à proteção, à dignidade. Mas diante do que eu vi, ninguém me contou, fica muito difícil.

Isso só prova que o descaso vem de todos os lados e esferas. E que fique bem claro que eu não estou falando dos conselheiros que estão lá todos os dias, dando o seu melhor, para receber as crianças que precisam de ajuda.

A reforma precisa ser feita o quanto antes, para que sejam oferecidas condições de trabalho a esses funcionários, e consequentemente isso vai refletir na proteção de todos os atendidos.

Mais do que uma reforma estrutural, é necessário mudar a avaliação do que é prioridade para todo um coletivo.

A realidade precisa ser encarada!

3,2,1… É DEDO NA CARA!
PINGO NO I
É bizarro que, mesmo que por meio da lei, a mulher não consiga ser dona do seu próprio corpo…

A lei da laqueadura que tá aí desde o início do mês, onde todas nós podemos fazer o procedimento sem permissão de companheiro (o que sempre foi um absurdo), ainda sofre resistência por parte do SUS. Como assim? Isso não era nem para estar sendo mais discutido, até porque lei deve ser cumprida! Isso serve também para os homens que desejam fazer a vasectomia.

Isso tudo, independentemente de você desejar ter filhos ou não!

Mas para a mulher tudo é mais complicado, sempre… Ainda mais se for pobre.

Então, o recado será direto: quem legisla sobre o meu corpo sou eu. E toda mulher deve fazer a mesma coisa!

Bora colocar o Pingo no I…

Decisões são feitas, escolhas são tomadas, e se tá na lei, é o que vale. Quem não cumprir, comete crime. Simples assim!
TÁ BONITO!

Na pandemia, protesto pelas vítimas ficou marcadoReprodução

Hoje a ONG Rio de Paz completa 16 anos! E quantas histórias nós, jornalistas, durante todo esse tempo, contamos para o público não só daqui, mas de todo o país e do mundo…

Na minha trajetória profissional, desde que cheguei aqui no Rio, foram muitas. E algumas muito marcantes: como esquecer dos muitos protestos que cobri, pelas vítimas da violência do Rio, sejam civis ou policiais… Dos trabalhos sociais que ajudaram na luta contra a fome… E agora, nos últimos anos, o combate ao coronavírus.

É impossível esquecer das centenas de cruzes, instaladas na praia de Copacabana, que representavam os mortos pela pandemia. E a imagem daquele pai que recoloca a cruz em memória de seu filho e foi retirada por um negacionista sem coração.

Se eu começar a lembrar de todos os momentos, não acabo hoje… Mas o trabalho da Rio de Paz, do fundador Antônio Carlos Costa, e de todos os colaboradores é fundamental para que os Direitos Humanos, tão execrado, massacrado, continue vivo dentro de todos aqueles que compartilham de empatia e bom senso. Parabéns!

Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… Vida longa! O que a gente mais quer é sim um Rio de muita Paz! E tenho dito.