Na foto, familiares do motorista Bernardo protesta na frente do presídio de Benfica contra a prisão do jovemCleber Mendes/Agência O DIA
Família de motorista preso por transportar criminosos da Cidade de Deus alega inocência
Bernardo Nascimento Galvão de Sousa, 22 anos, estava a caminho do trabalho quando foi abordado pelos criminosos e obrigado a transportá-los em seu caminhão
Rio - A família do motorista de caminhão Bernardo Nascimento Galvão de Sousa, de 22 anos, preso na Grajaú-Jacarepaguá na quarta-feira passada (15) por transportar criminosos foragidos da Cidade de Deus, alegam a inocência. Parentes foram até a porta do presídio de Benfica, onde o jovem está preso, para protestar e pedir sua soltura - mas a audiência de custódia foi realizada neste sábado (18) e a prisão foi mantida pela Justiça. De acordo a cunhada, Regiane Ramos, o rapaz estava a caminho do trabalho quando foi abordado pelos criminosos e obrigado a transportá-los.
Segundo a manicure, de 30 anos, a mãe do motorista estava acompanhando pela televisão a operação na Cidade de Deus quando viu o caminhão do filho e percebeu que ele havia sido preso. "A mãe dele falou: 'meu filho foi preso'. Ela ligou para a mulher dele e antão pegamos o carro e fomos para lá. Quando chegamos, já tinham descido para a delegacia. Depois recebemos a informação de que ele ia ficar apreendido", disse.
Ainda de acordo com ela, apesar de a advogada ter apresentado diversas provas de que ele estava trabalhando no dia e que não tinha envolvimento com o crime, a prisão foi mantida pela Justiça. O destino do rapaz será decidido no próximo julgamento, que não tem previsão para ocorrer. "Isso é uma coisa injusta, porque se a gente não tivesse como provar que ele é trabalhador seria uma coisa. Até porque, manifestação para bandido ninguém coloca a cara, ninguém dá entrevista, ninguém quer falar. Mas a família está aqui totalmente disposta a falar e mostrar. A gente não está falando coisa sem ter como provar", afirma Regiane.
"Ele foi abordado, o forçaram a levar. É o que a gente está dizendo: qualquer pessoa levaria. Como que 14 bandidos param na sua frente e você fala que não vai levar ninguém? É uma questão de sobrevivência", completou.
O pai do motorista, Francisco Antônio Galvão, preferiu não falar, mas revelou que toda a família estava muito abalada e chorando muito pelo ocorrido. Desde a prisão, nenhum dos familiares conseguiu ter contato com Bernardo.
Procurada para esclarecer o motivo da prisão do motorista, a Polícia Civil informou apenas que ele foi detido por policiais militares e conduzido à 19ª DP (Tijuca), onde foi autuado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte de arma de uso restrito e munições. 'O caso foi enviado à Justiça', informa a nota.
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